segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Meus anjos e demônios

Me inspiro nos teus lábios e volta e meia me perco no teu olhar

Instigante e profundo, vivo cada dia mergulhado no teu cheiro

Doce veneno

Que entranhado entre meus dedos tira o sono de quem é de carne e osso

Afeta e desequilibra qualquer cristão, pagão ou ateu

Beleza estonteante que veste teu rosto e esculpi um corpo infernal

Viciante e alucinógeno

Um sorriso que deixa segredos

Quem procura mais dança no teu jogo

Quem quer mais se perde no teu corpo

Quem quer cair fora encontra um beco sem saída

E sem teus braços envolventes a vida entrar em uma espiral demoníaca

Sem graça, sem fome, com dor e tédio

O nariz cheio de açúcar

Uma verdadeira viúva negra que abate o macho sem remorso e rancor



Ícaro Vieira

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Noite Perfeita


Tudo parecia conspirar a favor. Tive uma noite tranqüila de sexta para sábado e não fiz nada de exaustivo que pudesse abalar o meu corpo no dia seguinte. Precisava de concentração, pois o que me esperava era algo que eu desejava há muito tempo e minha energia (corporal e mental) precisava ser carregada.

Antes do galo (pensar) em cantar eu já estava de pé. Energético e vibrante. O mau humor matinal rotineiro instituiu férias do meu corpo naquela manhã de sábado. Liguei o som e aumentei um pouco antes de entrar para o banho. Precisava decorar e afinar as cordas vocais para a Noite Perfeita. Saí da ducha mais vitalizado que antes, o tom certo e a dose exata de adrenalina estavam no meu sangue.

Tomei um café reforçado e li um pouco o jornal que estava sobre a mesa. Notícias relacionadas ao evento que iria acontecer naquela noite estavam por todas as páginas. Dessa forma eu ia me inteirando sobre as novidades e sentindo o clima do lugar. Troquei de roupa e fui direto ao centro da cidade resolver alguns problemas. Além do mais, precisava comprar algumas coisas para o aquecimento que iríamos fazer na casa da Rafaella antes do show e sentir na pele o aquecer que excitava toda a urbe. Cartazes por todos os lados, aglomeração em todas as esquinas. Tudo fervia de felicidade.

Comprei algumas caixas de cerveja e aperitivos. Logo a minha inquietação e da minha namorada se somaria a de mais 2 pessoas e juntos invadíramos o clube da cidade onde tudo aconteceria. Para terminar de vitalizar o meu gás, fui almoçar e em seguida embernar. Felizes são os ursos que dormem 6 meses seguidos. Tudo estava indo bem e nada poderia atrapalhar meus planos.

Acordei por volta das 18 horas, um pouco sonolento e o que eu mais precisava era uma gelada para abrir com chave de ouro a minha noite. Pronto, agora faltavam poucas horas para o show e despertei mais energético do que já sou de costume. Fui até a geladeira e como em um ritual sagrado abri minha primeira garrafa de cerveja. Minha garganta estava seca e áspera. Chamei minha namorada e os amigos para um brinde, afinal aquilo seria o começo de tudo. O começo de uma noite perfeita.

Aprontamos rapidamente e seguimos para o local do show. Nem fila enfrentamos e corremos para nos posicionar no melhor lugar. Nada e nem ninguém poderiam nos atrapalhar. Antes do inicio do espetáculo vi uma fila perto do palco e como bom curioso que sou, fui lá perguntar do que se tratava aquela aglomeração. Alguém disse: é pra ver o Leoni.
Rapidamente peguei minha lata de bebida alcoólica e entrei na fila. Não podia perder aquela oportunidade. Encontrar um ídolo cara a cara é algo mágico. Sabia que poderia me decepcionar, pois se o cara fosse antipático ou estrela demais, rapidamente o meu tesão iria por água abaixo.

Minha vez chegou rapidamente e ao descer as escadas para o camarim me deparo com ele. Sério e com cara de que acabou de acordar ele veio em minha direção. Abriu um sorriso cordial, apertei a sua mão e começamos a conversar como se fossemos amigos antigos. Tudo que um fã faz eu me propus a fazer naquela noite. Tirei foto, ganhei paleta, tirei mais foto e conversei o máximo que pude. Muitas palavras sumiram da minha cabeça, natural de quem fica nervoso. Mas isso não fez a menor diferença, saí do camarim outra pessoa, mais animado para ver o show. Voltei para o meu lugar e esperei nervosamente o início da apresentação.

Logo aparece um cara na frente do palco e anuncia o cantor. Gritos histéricos me ensurdeceram e não pude me conter. Aparece o Leoni com um violão maravilhoso tocando “Por que não eu?”. Em seqüência vieram outras belas canções que ficaram famosas na voz de Paula Toller. Parei pra pensar o quanto o Kid Abelha explorou a criatividade do Leoni, foram anos levando aquela banda nas costas e ainda acham que ele é que usurpou o Kid Abelha. Santa ignorância. Além das canções antigas, ele apresentou ao público novas músicas, tão boas quanto os velhos sucessos. Leoni continua ativo e melhor do que nunca. Sua voz melhorou com o passar dos anos, não desafina e não erra uma nota sequer e sabe como ninguém fazer um repertório perfeito. Presença de palco ímpar, diálogos com a platéia foram breves e precisos, ele sabe encantar quem está presente. O mais magnífico foi ver como um único violão e uma única voz podem fazer um belo show. Não senti falta da banda, ele é único e completo.

Uma surpresa para os fãs foi quando ele tocou a única música que ficou famosa em sua voz, “Garotos”. Ele fez a introdução e a platéia cantou na mesma sintonia. Rapidamente ele desceu do palco com o seu violão e caminhou no meio da galera. Um espetáculo a parte dado por ele e por todos que cantaram. Simplesmente surpreendente. Leoni soube mesclar o velho com o novo de uma maneira que o show não foi nem curto, nem longo. Foi do tamanho certo para deixar todos com gostinho de quero mais. E por falar nisso, o nome da turnê que foi na cidade chama-se a Noite Perfeita. Será por que hein?

No final da apresentação novamente a fila para vê-lo se formou e fui lá. Custei para entrar dessa vez, pois os seguranças disseram: Esse cara já entrou aqui e não pode ir de novo.
Mas dei o meu jeito e quando eles assustaram, eu já estava ao lado dele. E o mais incrível é que ele me chamou pelo nome. Conversamos mais um pouco e fui embora para casa com a alma leve e com a cabeça cheia de lembranças. Realmente a turnê faz jus ao nome. Essa foi a minha Noite Perfeita.


Obs: Para quem acha que Leoni já era, que é um cantor que ressuscita o passado e sobrevive das velhas canções, entrei no site: www.leoni.com.br
É um site muito interativo onde você pode baixar em alta qualidade as novas canções, conhecer sua nova banda e os seus projetos. Ele é um excelente compositor digno de fazer parcerias com Frejat, Cazuza, Alvin L. dentre outros. Além de um músico versátil, ele é uma ótima pessoa.

Saudades é o que sinto.



Ícaro Vieira

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Andy Mckee

Sou um amante da música. Na verdade sou fascinado, louco, alucinado por tudo que faz “barulho”. Não consigo passar um dia sem escutar uma boa canção, elas fazem parte da trilha sonora da minha vida. Devido a essa ambição musical, diariamente entro na internet, vasculho a parte cultural dos jornais e revistas à procura de novas bandas, estilos inovadores ou mesmo artistas clássicos que são esquecidos pelas mídias. Passo horas coletando informações e no final escuto várias canções para tirar as minhas próprias conclusões. Odeio a crítica jornalistas pré-fabricada, que se acha dona da verdade. Se algo é bom pra mim pode não ser para você. É por isso, que prefiro analisar bem as informações que estão por aí e escutar tudo que existe. Do lixo ao luxo.

Mas isso não importa agora. Em uma dessas viagens pelo mundo digital descobri um sujeito chamado Andy Mckee. Nascido nos Estados Unidos em 1979, Mckee é considerado um fenômeno, um guitarrista ousado, que utiliza uma técnica diferenciada no mundo artístico. Seu estilo de tocar ganhou destaque internacional e a cada dia ganha mais visibilidade. Com 4 álbuns em toda sua carreira, Mckee conta com influências diversas como: Eric Johnson,Dream Theater, Michael Hedges, Preston Reed, Björk, Metallica, Joe Satriani, Pantera, Toto, Peter Gabriel, King Crimson, entre outros.

Escute e principalmente veja o que esse cara é capaz de fazer. Surpreendente e emocionante.


Ícaro Vieira