sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Molotov

Sexta-feira anuncia a chegada de mais um fim de semana regado com muita cerveja para uns e água mineral para outros, futebol para muitos e balé para milhares. Pouco importa a sua opção sexual ou mesmo se a sua religião permite o uso de álcool, fim de semana representa nada de esforço físico ou mental. E é exatamente por isso, que a minha alegria e humor aumentam consideravelmente, digamos... excessivamente. E para tentar tornar o seu um pouco melhor, venho lhe apresentar mais uma dica musical.
Nascida no México em 1995, a banda Molotov é uma mistura explosiva de rock e hip hop. Seus poemas líricos são caracterizados por uma mistura de espanhol e inglês, mixado e cantado por todos membros do grupo. Muitas canções, tal como "Gimme Tha Power" e "Frijolero", são inspiradas na política, com temas como a imigração de mexicanos para os Estados Unidos.
Por vezes foram comparados com a banda americana
Rage Against the Machine, mas particularmente, prefiro o som desses mexicanos. Tem mais ritmo, baladas envolventes e uma energia fora do comum, além da musicalidade de nível superior.
Confira o maravilhoso vídeo clipe de “Frijolero” e em seguida o coquetel de energia da canção ao vivo “Puto”. Espero que goste e tenha um excelente final de semana.








Ícaro Vieira

Gay ou homem?


Para provar que o mundo anda cada vez mais estranho, está aí uma chamada interessante. Se ele é gay, ele também pode ser homem? Não entendi nada.
Essa Globo, uff... cada vez mais engraçada e divertida.



Ícaro Vieira


quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Compra-se um coração

Cansado de viver sozinho em um mundo frio e cinza, ele queria
comprar um novo coração.
Um coração que fosse amigo, jovem, grandioso, bondoso, sem

maldades e que principalmente lhe fizesse companhia.
Pesquisou na internet as possibilidades sobre o assunto, pediu

a opinião de vários médicos e escutou a mesma resposta, que
ele era louco. Isso era impossível de acontecer, afirmavam os
doutores. Mas ele não ligou para o que todo mundo disse e
começou a sua saga, ir atrás de um coração. Seu sonho era
comprar e transformar o coraçãozinho em um animal de estimação,
dócil e obediente, uma vez que ele não tinha amigos, era desprezado,
solitário e triste. Precisava de algo inovador que fizesse a sua vida
feliz, atraindo assim a atenção de novas pessoas que poderiam se
tornar os seus novos amigos. Amigos do peito, igual o coração.
Juntou todo dinheiro do mundo, trabalhou afinco, lutou todos os dias.

Dizem que arrumou 3 empregos diferentes só para arrecadar a
quantia necessária e adquirir o seu tão esperado coração.
Um belo dia recebeu uma ligação clandestina e descobriu que no

interior do EUA havia o que ele tanto queria. Sem pestanejar pegou o
primeiro avião e partiu em direção ao país. Segundo as más línguas
o preço era alto, mas ele não estava nem ai, tinha acumulado uma
grande quantidade de dinheiro e estava disposto a pagar qualquer
preço. Depois de muitas horas de viagem, achou o lugar certo e se
emocionou ao ver o coraçãozinho órfão tão sozinho dentro de um
vidro. Estava frio e ele queria aquecê-lo o mais rápido possível.
Perguntou qual era o valor e pagou sem reclamar. Logo em seguida
envolveu o vidro em uma manta e retornou ao seu país, a alegria
reinou em seus lábios e seus olhos brilhavam como dois vaga-lumes
em um ato de amor. Tudo que ele tanto queria, finalmente aconteceu
e foi considerado o homem mais feliz do mundo.
O novo coração era maldoso, individualista e capitalista, mas o seu

dono não sabia. Estava com ele apenas por dinheiro, pois sabia que
tinha juntado um alto valor em dinheiro e queria desfrutar os prazeres
proporcionados pelas cifras do seu dono.
Um coração frio e calculista era tudo que ele não queria, mas

aconteceu. Usurpou todo o seu suado dinheiro, estava em todas as
festas por sua conta, bebia e comia o que tinha de melhor, andava
de carro novo, viajava para os lugares mais exóticos, vivia como um
rei. Mas como tudo na vida um dia acaba, as porções de dinheiro do
seu dono foram minguando até chegar a estaca zero. O coração não
esperou e partir em busca de um novo otário, não queria trabalhar e
dividir a tristeza. Queria apenas momentos de alegria e glória, nada
de dificuldades, era um coração capitalista.
O homem chorou dias e noites, parou de comer, pensou em suicídio,

mas continuou a seguir sua vida. Foi um golpe pelas costas e fez o
seu sonho virar um grande pesadelo.
Enquanto era rico ele o acompanhou, agora sumiu sem ter dó nem
piedade. Mas os seus verdadeiros órgãos (amigos) não se abalaram
com o fato e mais que depressa se juntaram para reerguer a vida de
quem eles sempre gostaram, mesmo sendo deixados de lado,
esquecidos. Não fizeram isso por dinheiro, mas sim por amor. Amor
que não se mede, amor que não se compra, amor puro e simples.
Amor sincero como se deve ser.


Ícaro Vieira

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Veja o mundo com outros olhos

Leia novos livros, escute novas canções, ande por novos caminhos, desvende novos mistérios, ame novos amores, sinta novas sensações, simplesmente descubra o novo.
As novas experiências irão formar o seu futuro e mostrar um mundo diferente que existe lá fora.
Você não precisa concordar com tudo que foi dito, escrito, gritado, falado, cantado... mas pode descobrir opiniões distintas e ver que tudo na vida tem mais de um lado.


Ícaro Vieira

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Mago de Oz

Todos que me conhecem, sabem muito bem que sou apaixonado pelo rock britânico e americano, mas como é preciso respirar e caminhar por novos horizontes para conhecer o novo e ter novas opiniões, resolvi dar uma dica musical diferente.

Música é uma mágica. Mágica de encantar os ouvidos, de sentir vibrações distintas, de anestesiar a alma, de arrepiar os pêlos do corpo e tantas outras sensações indescritíveis.
Inspirado no título do conto infantil
O Mágico de Oz, do autor estado-unidense L. Frank Baum, a banda “O Mago de Oz” nasceu na Espanha em meados de 1989.
O grupo já sofreu inúmeras modificações em sua formação, mas a essência continua a mesma, enfeitiçar o público com um som diferente. Muitos especialistas nomeiam o som de Folk Metal, mas prefiro não dar nome aos bois, uma vez que o grupo mistura uma infinidade de ritmos e instrumentos como gaita, flauta, percussão, guitarra, violino e outros.
Uma mistura lisérgica de música, teatro, literatura, contos, surrealismo. É difícil explicar o que eles fazem no palco e o que eles exatamente tocam, mas posso afirmar que é simplesmente maravilhoso e alucinador.
Confira os dois vídeos abaixo e deixe sua opinião.








Ícaro Vieira

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Sinceramente, eu não quero ser tão sincero assim.

Há algum tempo já venho notando certa repulsão que as pessoas
têm ao se deparar com um indivíduo sincero. Afastam-se, excluem,
consideram o indivíduo portador de alguma deficiência contagiosa,
talvez um louco varrido. A verdade é que a sinceridade nos dias de
hoje é um ótimo repelente. Temos medo da verdade nua e crua. Ela
corta, rasga, fere, atravessa a carne podre e não cicatriza. Diz tudo
aquilo que não queremos ouvir, expõe em excesso o nosso lado
negativo. Fragiliza-nos.
Meus amigos, me pergunto todos os dias para que tanto medo. Não
sabemos escutar as críticas? Ou será que a verdade vem para nos
desmoralizar? Humilhar?
Talvez seja por buscarmos a perfeição, por acharmos que não temos
defeitos, por acharmos que é uma afronta ou simplesmente por
pensarmos que este cidadão (sincero até demais) está querendo
tirar sarro da nossa cara, apenas apontar os nossos defeitos e nos
diminuir. Em momentos como esse, os nossos instintos primitivos
continuam em plena atividade e partir para um contato físico parece
ser a opção mais fácil para calar a diarréia mental que é expressada
em altos decibéis pela boca do infeliz homem sincero.
Agredir? Isso é assustador. Com toda sinceridade, se você “pensa”
assim, eu prefiro aos animais a você. São mais evoluídos.
Desde cedo aprendi a falar a verdade. Mentira? Jamais. Mas acho
que levei ao pé da letra e hoje sou sincero ao extremo e defender
essa bandeira dá muita dor de cabeça. Responsabilidade difícil mas
gratificante. Se não gosto, falo. Se está ridículo, falo. Se foi merecido,
alo. Se foi trapaça, também falo. A maioria não gosta desse meu
jeito, dizem que não é ético, que sou agressivo, petulante. Não estou
nem ai para o que falam, dizer o que você pensa é uma qualidade.
É preciso força e coragem para expressar os seus sentimentos e
parar para escutar é ainda melhor, inteligente. Existe um velho ditado
que diz mais ou menos assim: Temos dois ouvidos para escutarmos
mais e apenas uma boca, exatamente para falarmos menos. Por isso
acho necessário dizer aquilo que você pensa e principalmente saber
escutar as críticas. É difícil no começo, mas com o tempo você pega
a prática. Eu falo mais que escuto, mas o tempo está me moldando,
lapidando minha insanidade mental e já aprendi muito. Pode acreditar.
Já perdi amigos por este meu jeito. Mas se eles não me aceitaram
assim, acredito que não eram meus amigos e do fundo da minha
honestidade, não sinto a menor falta. É claro que tudo tem um limite e
estou conhecendo o meu e dos outros. Você não pode sair por aí
igual uma metralhadora, cuspindo verdades para todo lado.
Infelizmente você precisa ser político. Êita palavrinha safada. A vida
meu caro, é um jogo e aprender administrar a partida é um fator
importante para obter as vitórias ou seguir adiante sem um arranhão,
dente quebrado, nariz esfolado. Mas nem por isso deixem de ser
sinceros, você pode agir com sinceridade sem ser agressivo,
arrogante. O principal é assumir as responsabilidades sobre tudo
aquilo que você faz e diz. Não se preocupe, a vida vai lhe ensinar.
Noites em claro, grandes momentos de reflexão sobre o texto
descrito, pensamentos a mil...
Sabe de uma coisa? Eu não quero mais ser tão sincero assim. Não
quero ser visto como falastrão, louco, diferente.
Os pensamentos voltam a me incomodar...
Que bobagem. Ao mesmo tempo em que existem pessoas que me
odeiam, existem grandes amigos que estão ao meu lado e me
admiram por eu ser assim. Honesto. Sem contrariar os meus
princípios. É... Prefiro conquistar 3 amigos fiéis a ter 1000 falsos
amigos. Aqueles que você sabe como agradar, dizendo palavras
que eles sempre gostam de escutar. A verdade é que, expressar a
sinceridade e saber interpretá-la só faz bem para o cidadão. É o
momento oportuno para corrigir os erros, aprender, amadurecer,
modificar ou simplesmente refletir sobre o assunto e tirar suas
próprias conclusões.
Meu amigo, o mundo está de cabeça para baixo porque aprendemos
a mentir. Para fazer o outro feliz é melhor omitir, ser falso. Ninguém
diz a verdade, tudo está ótimo. Vou te falar, se um dia você me
conhecer, não minta, por favor.
Até pensei em mudar minhas atitudes, mas não quero ser igual a essa
corja que está solta por aí e muito menos ser conivente com essa
farsa. Dizer que está tudo bem, quando na verdade estamos
atravessando a escuridão. Defenda as suas idéias, você pode até ser
um pouco político, caso o seu emprego esteja em risco ou o seu
negócio esteja por um fio, mas não seja pirata.
Deite com a consciência limpa e durma um sono tranqüilo. A mentira
não vai lhe assombrar.


Ícaro Vieira

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Uma notícia que mudará a sua vida


Homem puxa van por 110 metros com as costas

Hannibal Helmurto tem dois ganchos na parte de trás de corpo. Ele entrou para o Guinness, o Livro dos Recordes, por sua incrível façanha.

A cada dia que se passa, me surpreendo mais com a raça humana. Um espetáculo criado por Deus, a mais pura perfeição, sinônimo de inteligência, sensibilidade, destreza e superação. Como não se emocionar com uma notícia dessas? O que posso dizer?
A mãe desse cidadão sofre nove meses com ele no ventre, passa necessidades, faz o maior esforço para estudá-lo e o que ele vira?
Um panaca.

Mas um vencedor não se abate com críticas grosseiras e mal intencionadas. Veja bem, se de repente o bichinho da foto resolve largar essa magnífica arte de carregar um carro com os ganchos nas costas, facilmente ele poderá se inscrever em qualquer concurso de feiúra e colher os saborosos frutos da vitória e da fama.

Obs: O filha da mãe, além de estúpido é feio. Que culpa tem a mãe?


Ícaro Vieira

Kings of Leon

Trabalho difícil esse de sugerir um som legal para você ouvir. Mas pode ter certeza que essa é a parte do blog que eu mais gosto. Fico aqui pensando: Será que os blogueiros de plantão irão gostar?
Sei lá qual o seu gosto musical, suas preferências, suas loucuras. Tem gente que gosta de Axe (estou falando de desodorante e não do tal ritmo baiano), outros preferem Rexona sem perfume. Gosto é igual árvore, cada uma em um lugar (acho melhor escrever isso, pois crianças podem ler o palavrão e não quero que o Na Caixola seja censurado pelos pais. Adora as famílias felizes, sem nenhuma discussão).
Mas continuo a pensar: Será que o som é chato? Brega? Emo? Será que só eu gosto, será que é... Ahhhhh, CHEGA! Melhor eu desencanar. Isso pouco importa, afinal, o meu objetivo é lhe mostrar algo diferente e se você não gostar, sinto muito. Como o blog é meu, eu coloco o que eu gosto (egoísta isso né? rsrs). Estou brincando e para descontrair um pouco, ai vai mais uma dica musical.
Kings of Leon. Banda americana oriunda do Tenessee, formada pelos irmãos Caleb Folowill, guitarra e vocal, Jared Followill, baixo, Nathan Followill, bateria e pelo primo deles Matthew Followill, guitarra. Um som diferente, energético, rock e folk, com algumas baladas apaixonantes. A banda já abriu vários shows do U2 nos Estados Unidos e recentemente fez aparições com Eddie Vedder nos vocais. A crítica britânica elogiou o som dos caras e hoje eles estão fazendo sucesso por todo o mundo. Impossível não gostar e virar fã dos Reis de Leon é questão de afagar os ouvidos com no máximo 2 canções. Escute e tire suas próprias conclusões.
Haaaaaa, como o rock é bom.



Ícaro Vieira


sábado, 4 de agosto de 2007

A majestade quer um feudo

Todos estão comentando. Os sussurros ultrapassaram as montanhas
que cercam o divino e calmo vilarejo. A repercussão do novo
acontecimento tirou a morbidez da civilização. A população
encontra-se boquiaberta e ludibriada sem entender os reais motivos.
Pequena por natureza, a vila é composta por humildes camponeses,
vidas pacatas que ganham o pão em imensos campos verdes,
abstidos de guerras, de conflitos, de assassinatos e de grandes
problemas. Um lugar em que as pessoas desconhecem a inveja, a
arrogância, a corrupção, a maldade e a ganância. Apenas as imensas
cordilheiras circundam o vilarejo e protegem os camponeses de todo
mal. As crianças são criadas soltas, livres, brincando entre as matas
e rios que cortam uma terra maravilhosa abençoada por Deus.
Mas um monstruoso empreendimento, inovador, moderno e visionário
criado pela alta cúpula oriunda de outras bandas, já está em plena
ascensão e acabará com a tranqüilidade de todos que moram na
região. O medo e a angústia tomam conta de cada humilde família que
desconhece o futuro e os impactos do novo projeto arquitetônico.
Impossível acreditar, um lugar tão tranqüilo, longe da invasão dos
bárbaros, dos vikings, da confusão do dia-a-dia dos grandes reinos,
da exploração da nobreza, dos impostos da coroa e de tantos outros
problemas vivenciados pelos grandes impérios agora vai receber
uma obra que isolará as duas classes econômicas (camponeses e
falsos nobres), fazendo fomentar os piores sentimentos humanos, até
então desconhecidos pelos nativos daquele lugar. Tudo para
“proteger” as famílias imperiais.
Tornou-se incontrolável a apreensão e é inevitável não comentar a
grande barbaridade que irá repartir o povoado. Os nativos comentam
entre si que os impactos da construção podem ser piores que a peste
negra, talvez a destruição de toda a humanidade. Ela mudará toda
estrutura social do vilarejo, além do estilo de vida que não será mais o
mesmo. Os camponeses farão de tudo para conquistarem um lugar no
requisitado espaço construído, onde nascerá a inveja, a avareza, a
maldade e o ódio que alimentará os corações dos excluídos, daqueles
que não poderão viver dentro da redoma de cimento.
Querem tirar a liberdade deles, querem isolar os que podem dos que
não podem, dos que tem dinheiro dos que não tem. Muro de Berlim,
muro entre a Palestina e Israel, duas Coréias, muro entre Paquistão e
Índia, agora mais um muro aqui. Turistas visitam a vila devido à
liberdade, a não existência de furtos, de neuroses, de concreto, de
fumaça, de indústrias entre outros sentimentos e invenções presentes
nos reinos metropolitanos. Lá é preciso viver atrás das grades, na vila
não. Os camponeses podem entrar nas casas dos vizinhos sem bater
nas portas, o quintal de um é o quintal do outro, pequenos barracos
que traduzem o espírito de união e irmandade, agora serão separados
por uma cerca de concreto. Um feudo particular.
Os comentários são demasiados e dizem que tudo isso é obra da
burguesia que quer a todo custo virar nobreza e deseja tomar o
vilarejo, expulsando assim, os camponeses para cercar uma vasta
porção de terra com altos muros impedindo uma manifestação em
massa e uma possível invasão. Outros dizem que é por pura vaidade.
Opiniões diversas murmuram por cada canto e fazem nascer teorias
sobre o surgimento de um antigo sistema que dominou a Europa há
muitos séculos atrás e agora será ressuscitado.
O clero e a nobreza aprovam com afeição o projeto, convincentes de
que está mais do que na hora de “modernizar” o vilarejo. “O futuro
caminha com passos largos e será uma graça divina ter algo
grandioso, forte, magistral e imponente. Precisamos de proteção” -
diz um membro do clero. E completa dizendo que nas metrópoles
esse sistema é muito usado, um luxo para quem deseja ter
privacidade e segurança.
A majestade quer um feudo. Querem as atenções para eles, querem
grandes muros e soldados a escolta, carruagens blindadas. Falsos
nobres, burgueses que saíram de baixo e querem viver por cima,
comendo frango e divertindo-se com os bobos da corte.
Querem isolar o lado pobre do lado da riqueza. Estão com medo das
invasões dos bárbaros? Alguns chamam de condomínio fechado,
mas você há de concordar que isso é um feudo. Proteção própria,
linguajar próprio, praça de lazer própria, amigos próprios e um rei
para comandar. Você tem outro nome para isso? F-E-U-D-O.
Querem trazer a paranóia das capitais para cá, querem copiar algo
que é uma vergonha para o país. Se o governo não lhes dão proteção,
temos que pagar uma particular. Querem criar novos problemas,
fazer o sossego da vila entrar em um tremendo inferno astral. Atrair a
criminalidade, os olhares dos marginais que tentarão descobrir a
qualquer custo o que existe por trás dos muros.
É chique morar em um feudo. Proteção, status, gabarito...
O que posso dizer?
A burguesia fede, mas tem dinheiro para comprar perfume.



Ícaro Vieira