sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Politicagem no país da sacanagem

Hoje vou ser eu
Apenas eu
Não quero bancar o intelectual
Não quero ser simpático
Não quero ser amado
Não quero agradar ninguém
Quero ser apenas eu

Estou farto dessa novela
Estou cansado de interpretar um papel
Papel é descartável e minha vida se desfaz
Ontem eu fui um, amanhã serei outro só para agradá-los
Politicagem facista que entorta a minha personalidade vazia
Hoje quero ser importante para mim
Não quero me importar com o que os outros pensem
Se o personagem da novela não lhe agradar, desligue a televisão

Estou com o coração na mão sangrando esdruxulamente
Eu perdi o meu eu em um outro papel que nem me lembro mais
Eu sou apenas mais um no meio da multidão
Talvez outro dia, me vendam na esquina igual uma puta vadia
Que prazer não proporciona mais

Hoje quero apenas ser eu
Para sorrir e dizer aos céus que por um dia eu fui eu
E não me dobrei ao sistema desse lugar

Ícaro Vieira

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Gardenais

Meus amigos, estou farto de indicar bandas estrangeiras em um blog completamente nacional, criado por um simples, porém louco brasileiro. É verdade que as bandas internacionais de rock (inglesas e americanas) por uma infinidade de fatores que não interessa agora, são as melhores do mundo. Mas também é verdade que o rock nacional evoluiu muito nesses últimos anos e para comemorar essa significativa evolução, gostaria que vocês prestassem muita atenção em uma banda do cenário independente de Belo Horizonte, conhecida como Gardenais. Fundada em 1992 a banda que na época era formada por estudantes universitários, parou de tocar em festinhas de escola e partiu para o árduo mundo musical. Agora com o seu segundo cd – Lindo Triste Mundo - a banda quer conquistar o Brasil e mostrar sua qualidade. Ao escutar o som dos Gardenais, não tem como não comparar a sonoridade e as letras com a banda carioca Los Hermanos, mas escutando mais a fundo, percebemos características particulares. Infelizmente foi difícil achar um vídeo com alta qualidade, mas fica aqui a dica para você pesquisar e conhecer algo novo. Acesse: http://www.gardenais.com/ e veja vídeos, fotos, e escute algumas músicas da banda.






Ícaro Vieira

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Planejamento = Futuro

Dizem que não sei aproveitar a minha vida, porque tenho um grande defeito. Não saber viver sem planejar cada instante.
Estou estupefato de tanto jogarem pedra em meus pensamentos andrógenos, agora é hora de me defender. Eu planejo cada ação antecipadamente para alcançar os meus objetivos, eu vivo minha vida em perfeito equilíbrio com o meu planejamento estratégico, tática de guerrilha. Pode não dar certo, o rumo traçado pode virar outro completamente equivocado daquele que tracei, mas nunca estou cego na contramão. Antes de ir à luta para alcançar minhas metas, eu já estudei cada movimento, simulo o que pode acontecer e sigo em frente. Quem planeja a vida tem futuro, quem não planeja tem destino. Ouvi essa frase e nunca mais vou me esquecer, achei nas palavras algo maravilho para justificar a minha forma de agir.
Eu planejo o que quero da vida, eu planejo minha carreira profissional, meu relacionamento amoroso, eu planejo tudo. Antes de sair de casa já penso o que quero fazer e faço de tudo para realizar aquilo que imaginei. É claro que no surto de loucura posso mudar por inteiro minha ação, mas isso faz parte da vida. Eu não sofro se algo que planejei não saiu como deveria, afinal de contas a surpresa de cada dia é uma delicatéssen que também adoro saborear. Pode parecer estranho, mas adoro planejar a vida e também gosto das surpresas que ela nos revela. Não necessariamente quem planeja a vida não vive fortes emoções, independente disso, você terá momentos diferentes e inovadores que mesmo planejando você não saberá como lidar. Eu planejo meu futuro, cada ação, mas vivo a vida com pleno ardor e emoção.
Não confunda o meu objetivo com paranóia. Eu sei aonde quero chegar, eu sei o que quero da vida, mas não vivo obcecado por isso. Quando traço o meu caminho, é para obter o sucesso profissional e pessoal, vencer e conquistar o deleite. Hoje quero aprender e adquirir experiência, amanhã quero trabalhar em uma empresa de médio porte, depois quero algo maior, depois quero abrir meu próprio negócio... é assim que funciona, você traça suas metas para alcançar a glória.
Hoje vou acordar, tomar café, sair para trabalhar, almoçar, trabalhar, ir para casa, fazer exercício físico, tomar banho, comer e ir dormir. Isso é uma forma de planejar o dia, mas o que acontecerá durante essas ações nós não sabemos. Ai que está a grande emoção. Podemos planejar a vida e viver fortes sentimentos ao mesmo tempo.
Pense nisso. Eu sei aonde quero chegar, o que quero ser e como vou fazer para alcançar meus objetivos. E você o que quer?

Ícaro Vieira

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Hohoho!!! Infeliz Natal

O Natal está por vir e com ele milhares de sonhos, desejos e realizações. As crianças brincam ao redor da paz e da fraternidade, todos se amam e o mundo compartilha a bondade do bom velinho. Mas no submundo, no inferno inescrupuloso das cidades brasileiras, a realidade é completamente outra. Papai Noel surge com o saco cheio, cheio de tantos impostos, de ver crianças morrendo de fome, inocentes sendo assaltados, deputados passando a perna no povo, policiais corruptos, lavagem de dinheiro, hipocrisia e tantas outras doenças que habitam e transformam nossa população hipocondríaca.
Como é linda a vila do Papai Noel, cenário perfeito para fomentar a revolta. Como é alucinador e anestesiante as luzes incandescentes dos prédios que piscam em um ritmo frenético. Tudo é lindo e a cidade ganha novas cores. Todos se unem para levar brinquedos aos miseráveis, todos se abraçam e fazem uma simples, porém saborosa ceia de natal para os moradores de rua, os políticos até param de roubar. E o resto dos dias? Afinal, um ano tem 365 dias e não apenas 1. Na TV os comerciais deturpam a realidade, inventam um mundo de faz de conta onde todos são felizes e respiram a paz, as famílias estão unidas, a natureza está em perfeita harmonia com o homem, o senado está limpo dos ladrões de gravata, as cidades estão transbordando esperança, os assassinos estão de licença, tudo está em ordem por causa do natal.
Todos reclamam da situação financeira, mas no natal os shoppings estão lotados, todos reclamam das estradas, mas elas estão impossíveis de tantos carros, reclamam do calor e comem pernil assado e tomam vinho, reclamam de tudo, mas esquecem de reclamar da corrupção que não pára, das filas de desempregados, dos moradores de rua que estão por todos os lados. Que natal é esse? Papai Noel não vai querer passar por aqui, do jeito que nosso país é, irão cobrar pedágio e imposto dele. Sabe o que é pior, ele pode ser assaltado, estuprado e assassinado em seguida.
Vamos celebrar o que? A superlotação dos nossos presídios, a menina que ficou em uma cela com vinte homens, a morte de um turismo italiano vítima da violência urbana? Me diz o que podemos comemorar? A desunião das nossas famílias, o senado corrupto, a briga por um pedaço de pão?
Enquanto o nosso Brasil não melhora, vou ficar por aqui de olho nessas luzinhas de natal e nessa musiquinha chata, pois elas me anestesiam. Já ia me esquecendo. Sabe o que eu pedi para o velinho? Pedi um pouco de vergonha na cara do nosso país. Ho ho ho, estamos todos fodidos.



Ícaro Vieira

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Stone Temple Pilots

Problemas com drogas, tatuagens por todo o corpo, bringas constantes, guitarras nervosas, uma significante presença de palco e atitude. Impossível escrever sobre uma das maiores bandas de grunge dos anos 90 que infelizmente chegou ao fim. Qual o motivo? O abuso no consumo de drogas por parte do vocalista Scott Weiland.
O Stone Temple Pilots foi uma banda norte-americana que tinha influências evidentes de grupos como Led Zeppelin e até mesmo o punk e transformou a vida de milhões de pessoas apaixonadas por um som de qualidade.
Fugindo um pouco da apresentação dessa banda, quero levantar uma questão conturbada. Muitos consideram o Nirvana como uma banda sagrada, intocável, mas me perdoem os apaixonados por Cobain e sua turma, nada na década de 90 é comparado ao Stone Temple Pilots e Pearl Jam. Acho que o sucesso do Nirvana vem muito da mídia que idolatrou o seu vocalista, fazendo o grupo se destacar no mercado fonográfico. Não estou desmerecendo o som dos caras, mas considero a obra dessas outras duas bandas mais trabalhada, coesa e musical. Gostaria de saber a sua opinião, estou delirando ou realmente isso é uma verdade. Não consigo ver muita graça no Nirvana, mais bagunça do que música. Assista os dois vídeos e me diga se estou enganado.






Ícaro Vieira

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Complexo a arte de pensar

Logo pela manhã deparei com a minha face amarrotada em frente ao espelho. Cabelos desgrenhados, olhos embaçados, corpo mole e a mente fora do lugar. Bem cedo vieram pensamentos bambos, frouxos, tentando achar um caminho para chegar a uma conclusão, tentando desenvolver um paradoxo entre viver e morrer, sentir e anestesiar, amar e sofrer, simplesmente querendo entender o motivo de existir. Confusão em forma de pensamentos que fazem os questionamentos virem à tona.
Perdi-me por alguns minutos com o olhar fixo no meu EU que estava do outro lado do espelho, olhando no fundo dos meus olhos sem entender a vida e os porquês que rondam a minha mente insana. Considerei essa atitude em frente ao meu espelho do banheiro uma grande regressão sem escrúpulos, querendo curar com ilusões a minha alma cheia de perguntas, a La Dr. Fritz.
Vinte e poucos anos passaram-se em um piscar de olhos e voltei até minha infância, descobrindo muitos eus que habitaram e ainda habitam o meu corpo.
Enquanto o chuveiro tentava aquecer a água fria que descia ralo abaixo, que posteriormente lavaria os meus questionamentos inoportunos, as razões confundiam-se com as emoções e eu já não sabia quem eu era. Doce e amargo, manso e selvagem, feroz e covarde, sonhador e realista, sábio e analfabeto. Multifaces que rondam a minha vida, transformando-a em um grande teatro cheio de novos atores a cada dia. Quem eu sou? A pergunta estalava em minha cabeça como a ressaca de quarta-feira de cinzas.
Sempre seguro de tudo, a incerteza veio me ver sem avisar, uma visita inesperada, indesejada, atordoante. Logo eu, sempre certo dos meus atos, de onde eu vim e para onde vou, agora em frente ao espelho tendo um minuto com o meu Freud espelhado, buscando algo a mais por existir. Tantas coisas que não fiz, amigos que perdi, amores que não vivi, sentimentos que reprimi, obsessões que senti, momentos que não curti. Tudo transpunha em minha mente como uma enxurrada que lava a rua em meio à tempestade, tempestade de lembranças que ao mesmo tempo corta e afaga o meu coração.
Abdiquei da minha pontualidade britânica e somente hoje não iria chegar exatamente na hora ao serviço. Preferi pensar mais um pouco nas atitudes e voltas que a minha vida já deu, uma montanha russa de indagações e porquês. Pensamentos que não me tiraram do lugar, apenas remoeram as incompreensões, as coisas da vida que gostaria de voltar atrás e entender.
Entender ? Temos a mania de querer entender tudo o que acontece. Existem coisas que não têm explicações, elas simplesmente (ou melhor, complicadamente) são como são. Entendeu? Não? Pois é, faz parte da vida.
Não conhecemos os impulsos de nossas atitudes, o que pode acontecer no próximo segundo. O que é seguro hoje pode ser incerto amanhã, nossas atitudes mudam constantemente e o que você considera previsível pode lhe surpreender a qualquer hora. A vida é um palco onde o elenco nunca é o mesmo e a próxima cena está para acontecer. Somos muitos dentro de um só, milhares. Mas se for parar para pensar o que nos trouxe até aqui, você nunca irá sair do lugar e deixará de viver as próximas ações que a vida lhe guarda, simplesmente enlouquecerá. Não tente imaginar o que ocorrerá com sua carreira profissional, se você será rico, pobre, alcoólatra, viciado, importante, bem sucedido, se terá filhos, se morrerá cedo... Nenhum dia é igual ao outro e felizmente não é possível prever o futuro. Isso é o que me faz viver, a surpresa me alimenta.
Mas a obsessão em compreender o porquê de tudo nós decepcionarmos com a falta de respostas. É preciso apenas entender que a vida é um reflexo de suas ações e um dia tudo entra no lugar certo, no eixo.
Depois de muitos minutos que se transformaram em horas, eu estava lá, boquiaberto em frente ao meu psiquiatra. E de tanto pensar e não compreender, a filosofia veio a calhar em uma única frase. Só sei que nada sabemos. Simplesmente viva, algumas respostas virão com o tempo, outras ficarão indecifráveis pelo resto da vida. Pensar muito enlouquece, mas o que interessa? Já ouvi falar que de perto ninguém é normal.


Ícaro Vieira

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Amadou et Mariam

Quem diz que em Goiás só tem plantação de tomate e dupla sertaneja não conhece os grandes festivais de rock que existem por lá. Quem diz que na Bahia só tem axé, não conhece uma das maiores bandas da década de 80 que revolucionou o rock no Brasil, mais conhecida como Camisa de Vênus. Para lhe mostrar que tirar conclusões antecipadas é uma maneira de defender a estupidez, gostaria de lhe apresentar uma banda oriunda do Norte da África. Mas se depois disso tudo você cogitar em pensar que na África só existe batidos de tambores, ai meu amigo, a sua total ignorância é maior do que eu imaginava.
Para comprovar o seu equivoco, apresento-lhe uma dupla que está conquistando o seu espaço pelo mundo. Amadou et Mariam nasceu na África e para surpreender ainda mais, eles nós contemplam com um blues de alta qualidade. Você deve estar pensando que blues só pode vir das margens do rio Mississipi, nos EUA, mas esse gênero tipicamente norte-americano também encontra adeptos em Mali. É lá que surgiu essa dupla musical incomum: o casal de cegos Amadou e Mariam, tocam o mesmo blues americano, mas ganham versatilidade graças às misturas com os ritmos dos tambores locais, que imprimem inesperadas variações e contratempos.Chega de conversa fiada, já está mais do que na hora de você conhecer algo interessante e surpreendente. Eles podem não enxergar, mas têm uma sensibilidade musical de tirar o chapéu. Aumente o som e deguste um blues africano.









Ícaro Vieira

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O mundo segue seco

O mundo anda seco.
Seco de tanto chorar e dizem por ai que essas lágrimas inundam
alguns lugares. A tristeza de um planeta recai sobre vários países.
Os ricos destroem tudo com suas empresas capitalistas, mas
quando o clima fica nervoso e despeja a sua ira, eles compram
barcos, casas no alto da montanha e o pobre? Se não sabe nadar,
morre afogado.
O mundo anda seco.
Seco de tanto gritar para todos nós que não agüenta mais tanta
poluição, em alguns lugares falta água, em outros sobra sol
escaldante. Chuvas desastrosas, secas profundas, ambigüidade
climática que vai destruindo o que era natural. Natural eram 4
estações em um ano, hoje não se vê isso mais. Natural é sombra,
peixes nadando, pássaros cantando soltos, rios cheios. Pergunte
para um adolescente paulista o que é natural. Para ele é fumaça,
é o céu cinzento, são rios poluídos. Ele nunca viu outra coisa e se
já viu, acha estranho. Mas sabemos que isso é artificial, a natureza
está sufocada e pede socorro.
O mundo anda seco e ainda aparecem uns loucos nos jornais e dizem
que o aquecimento global é uma bobagem. Bobagem é fingir que o
planeta vai bem e que isso um dia vai passar, enquanto isso industrias
enchem o céu de tristeza e sufocam as próximas gerações que talvez
não possam ver os verdes das nossas matas, o azul estonteaste do
céu e as montanhas magníficas de Minas Gerais.
O mundo anda seco e não quer água. Ele quer um pouco mais de
respeito para voltar a sorrir.



Ícaro Vieira

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Olhares distorcidos

Ela enlouqueceu calmamente, seus olhos encheram-se de um vazio
qualquer, sua mente dizia bobagens constantes e a sua voz rouca e
tremida de tantos remédios, dilacerava palavras sem nexo ao vento.
As lembranças de uma infância perdida pelo trabalho forçado eram
constantes, em seus sonhos tortos, o medo do pai alcoólatra e os
amantes da mãe que apareciam em sua casa nos horários em que
o genitor estava bebendo na rua, eram amargas cicatrizes que
rasgavam o seu peito.
Para fugir daquela vida ordinária e medonha, cedo começou a beber,

cedo começou a fumar, cedo começou a transar por dinheiro, cedo
sua vida se perdeu. Violência, abandono, depressão, desespero,
tentou-se matar exagerada vezes e sem sucesso alimentou sua
insensatez, sua vontade de ir para outro plano qualquer, fez a sua
vida entrar em um verdadeiro vazio.
Pulsos cortados, machucados pelo corpo, cabelos desgrenhados,

cheiro de álcool exalando pelos poros. Sua dor sangra só de olhar
e as esperanças foram roubadas quando ela era ainda jovem, um
futuro perdido, abandonado e estragado pela falta de apoio familiar.
Sua mãe foi morta pelo pai, ele morreu alguns meses depois no
presídio onde estava, os detentos não aceitam esse tipo de pessoa,
seus irmãos seguiram rumos distintos e ela virou um vegetal
alucinado. Para muitos, sua loucura não tem sentido, isso é fruto das
drogas, de uma vida desregrada, mas a verdade está escrita em
seus olhos azuis. A dor foi acumulada em seu corpo, a ausência de
amor, de acompanhamento familiar, a falta de carinho, de respostas,
de uma direção... Tudo isso entrou em erupção e seu mundo se
perdeu. Apesar dos pesares, ela sonha, acredita que as borboletas
são fadas e um dia irão levá-la para bem longe daqui. Também
acredito nisso, pessoas assim, puras de alma, têm um lugar
reservado em uma outra dimensão.



Ícaro Vieira

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Scissor Sisters

Todos nós sabemos que o mundo anda meio estranho, as opções sexuais não são mais as mesmas, o que era certo hoje é errado e vice-versa. Mas isso sempre existiu, só que o preconceito escancarado dos conservadores oprimiu todos os tipos de liberdade e hoje, um grande número de pessoas vêem isso como algo alienígena. Sem essa de preconceito, ainda mais no mundo musical, onde os artistas podem tudo. Falar de Rock´n Roll é falar de ambigüidade sexual, quem não se lembra do bigodão do Fred Mercury, do rebolado do maior cantor de todos os tempos, Mick Jagger, das feições de Cássia Eller e por ai vai tantos outros mitos da música.
Uma banda que levanta a bandeira “divirta-se e foda-se para o que os outros vão pensar” é o Scissor Sisters. Uma banda americana formada em 2001, cujo título Irmãs Tesouras, é uma gíria que se refere ao ato sexual entre lésbicas. A banda traz influências coloridas como B-52's, Pet Shop Boys e Elton John, não deixando escapar o amor a David Bowie e, quem diria, aos Bee Gees da fase disco. Aliás, os vocais quase sempre são no mesmo falsete dos irmãos Gibb.

“A Europa aplaudiu o Scissor Sisters primeiro e entendeu a mensagem. Mesmo que ela seja estranha, como em "Take Your Mamma Out", que conta a história de um sujeito que vai com sua mãe a uma boate gay.” Agora é a sua vez, aumente o volume do seu som e libere a mente de qualquer tipo de preconceito. Se você gosta de Rock, sabe muito bem do que eu estou falando. É só lembrar dos ícones do velho e bom Rock´n Roll, não existe 100% homem e nem 100% mulher.


Take Your Mama (tradução)

Quando você cresce
Vive como um bom garoto deve
E sua mãe
Ama tanto o filhinho querido
Algo diferente
Todas as garotas parecem gostar de você
Porque você é bonito
Gosta de conversar e é divertido

Mas agora sua namorada sumiu
E na sua casa só há uma cama vazia
Todos querem saber do casamento
Não ouvirão uma palavra do que você fala

Vamos levar sua mãe pra sair a noite toda
Vamos mostrar pra ela como é
Vamos embebedá-la com champagne barato
Vamos deixar a diversão rolar solta
Se a musica não for boa, paciência
Vamos cantar junto de qualquer forma
Porque os dançarinos não ligam em New Orleans
Se sua gorjeta for boa

Faça isso
Leve sua mãe pra sair a noite toda
Então ela não terá duvida
De que estamos fazendo nosso melhor
Nós vamos fazer isso
Vamos levar sua mae pra sair a noite toda
Você pode ficar acordado porque já é um homem feito

É difícil
Viver como um bom garoto deve
No verão
Olhando as garotas passarem
Quando sua mãe
Ouviu o jeito que você esteve falando
Eu tentei lhe explicar
Mas tudo que ela fez foi chorar
Acabamos retardando a volta para casa
Usando roupas demais e usando baldes de colônia
É tão duro ver ruas numa área rural
Seus óculos no lixo
E seu Continental sendo rebocado







Ícaro Vieira

terça-feira, 23 de outubro de 2007

A vida é uma loucura

A vida é mesmo uma caixinha de surpresas e quando você acha que
vai tudo muito bem, pode desconfiar, algo estranho pode acontecer.
Ninguém sabe o fim de nossa história e a cada dia escrevemos um
novo capítulo sem saber quem serão os atores que participarão
desse curto drama (digo curto, porque a vida passa depressa demais).
Você já parou para pensar que no decorrer de um dia (apenas 24h)
podemos ir aos extremos? Felicidade e tristeza, rancor e amor, vida
e morte. A cada nova experiência, modificamos nosso jeito de ver a
vida e a vivência de cada segundo nos transforma em pessoas
melhores ou piores, humanas ou desumanas, honestas ou hipócritas.
Sou fascinado pelas malícias que a vida nos revela, mas juro que
algumas delas me da muito medo, repulsão, ojeriza. Depois do que
vivenciei nesses últimos dias, estou um pouco ansioso e preocupado,
para morrer basta estar vivo. Que frase simples, mas cheia de
significado. Somos seres que gostamos de acumular, tanto faz se é
material, bens de consumo, livros, tênis, cultura... Simplesmente
gostamos de TER qualquer coisa cada vez mais, mas o que adianta
ter isso tudo se amanhã você pode estar morto? Você nunca pensou
nisso? Eu até ontem também não, mas agora penso nisso a cada
instante. Me diz qual é o objetivo de acumular riquezas, sofrer por
bobagens, brigar por besteiras, não aproveitar cada instante se
amanhã você pode não estar aqui. O amanhã é incerto, cheio de
surpresas e não sabemos onde podemos parar, talvez em um quarto
de hotel, uma praia deserta, uma festa maravilhosa, um show de uma
banda inglesa no meio de uma floresta tropical ou talvez em uma
enfermaria de um hospital.
É impressionante saber que nós não valemos nada, estamos aqui com
saúde, cheios de disposição, comendo toneladas de gordura, bebendo
litros de refrigerantes, cerveja, trabalhando feito louco, fazendo uma
úlcera terrível crescer dentro de nós ou inflando a cabeça de stress até
o momento que não agüentamos mais e explodimos feito fogos de
artifício em pleno reveillon em Copacabana. Você corre para o hospital
mais próximo e fica um pouco tranqüilo por ter um plano de saúde da
melhor qualidade, mas o atendimento é lento, burocrático, você acha
que não vai agüentar, pensa nas piores possibilidades, acha que irá
definhar em uma cama, ligado por tubos e seringas, os médicos lhe
analisando, os enfermeiros lhe auxiliando e você começa a imaginar
o que vale sua vida. Um filme passa em sua cabeça em alta rotação,
você diz que vai mudar, nunca rezou, mas a partir desse dia você vira
um beato, esquece toda maldade que existe dentro de você, perdoa
quem sempre lhe ofendeu, vê que a vida é muito mais que trabalhar e
acumular dinheiro. É um absurdo, você paga os impostos em dia, mas
precisa ter um plano de saúde, já é ruim com ele, pior é ficar sem um.
O estado não lhe ajuda no momento em que você mais precisa, mas
isso pouco importa nesse momento de tensão, você quer salvar a sua
vida de qualquer maneira, não importa quanto isso vai custar.
E o pobre? Morre em um leito imundo, é assim no Brasil e nos países
de terceiro mundo. O dinheiro da saúde é desviado e a morte
escancara os dentes de felicidade por levar mais algumas vidas.
Esse texto não é para entrar em detalhes do governo do nosso país,
por isso vou encerar esse assunto agora.
Gostaria apenas de lhe dizer que viver é a melhor coisa do mundo, o
simples fato de existirmos é uma benção. Existem pessoas que estão
nessa vida como quadjuvantes, não estão vivos, apenas de olhos
abertos. É preciso saber viver, viver com intensidade cada segundo,
falar te amo, conhecer novas pessoas, ser feliz. A felicidade está
dentro de nós, ela é quem cuida da nossa saúde mental, espiritual
e corporal. A felicidade é a vitamina c para a nossa gripe ou a cura
para a nossa infelicidade. Viver com alegria, essa é a melhor coisa
do mundo. Se eu estivesse prestes a morrer e pudesse lhe dizer
uma última coisa, eu diria: VIVA de verdade.




Ícaro Vieira

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O fim anuncia o novo

Como já é de costume, o silêncio da pós-despedida vem me
atormentar. Enquanto isso, o asfalto quente e o vento seco me
fazem companhia, tentam levar minha dor para bem longe e
como num passe de mágica parece que acordei em um outro
lugar. É a velocidade da máquina automobilística e a paisagem
infinita que se dobram nas montanhas e o horizonte azul que me
fazem esquecer de tudo. O poder de dirigir é um prazer
incomparável, melhor é poder sumir e voltar depois de alguns
dias, meses, anos, com muita história para contar.
Eles adoram a minha imaginação fértil, um jeito particular de ver
as situações do cotidiano e sabe de uma coisa? Eu amo cada palavra
que eles dizem e cada sorriso que eles esboçam. Entorpeço-me
com a troca de experiências e carinho, afinal são gerações
distintas que se unem em um círculo e debatem as tristezas e
felicidades que envolvem as nossas vidas.

Estou indo embora, as imaginações e as lembranças aceleram
a minha estufa pensante e cada momento desse maravilhoso
encontro, adoçaram a minha apatia momentânea, me fazendo
sentir um pouco melhor. Eu sei que tudo um dia acaba, que a
vida retorna a sua luta, que as feridas se cicatrizam, mas sangrar
é inevitável. Tudo chega ao fim, mas mesmo assim não me
conformo com o ponto final. O fim anuncia o começo de uma nova
fase que em um determinado momento chegará ao fim outra vez.
Isso significa renovação, metamorfose, o nascimento de algo
diferente, inovador.

No retrovisor os momentos únicos ficam para trás e alimentam
todo o amor que me acolheu. Vou traçando um novo rumo em
direção ao sol para depois voltar e encontrar um lugar sossegado,
embaixo de um pé de jabuticaba, com os pássaros a minha volta
e a cachoeira seguindo o seu curso até o final do rio.

Um dia eu volto para conversar mais um pouco, na tranqüilidade
daquele
lugar mágico que me aceitou com todas as imperfeições.
Quero escrever
uma nova história para contarmos para a próxima
geração e afirmarmos
que fomos felizes, apesar de todos os
defeitos e maldades que estão
destruindo o nosso mundo.
O final é melancólico, triste, doloroso, mas começar uma nova
fase é
excitante. Adoro misturar nostalgia e felicidade, isso é
a energia perfeita
que me alimenta e faz a minha vida seguir
em frente a todo vapor.




Ícaro Vieira

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

The Kooks

Dizem que o estilo musical que você está escutando no atual momento de sua vida é referente ao seu estado de espírito. Acho que isso é uma verdade incontestável, se alguém discorda, me prove o contrário. Se você está alegre, escuta canções que levantam o seu astral, se você está triste, o gênero down é a melhor companhia. Mas vamos deixar de conversa fiada e ir ao ponto que interessa, como sexta-feira representa o fim de uma semana tumultuada, cheia de trabalho e desprazeres políticos, venho com uma sugestão musical interessante. Para celebrar com alegria o seu final de semana, apresento-lhe mais uma banda britânica (os ingleses são insuperáveis no quesito rock) chamada The Kooks. Formada em Brighton em 2004, a banda é composta pelo vocalista Luke Pritchard, o guitarrista Hugh Harris, o baixista Max Rafferty e Paul Garred na percussão. Seu álbum de estréia Inside In/Inside Out permaneceu mais da metade de 2006 no Top 20 do Reino Unido, tendo vendido mais de um milhão de cópias. Um som elétrico e acústico, violões e guitarras, baladas e ritmos dançantes, enfim, uma banda cheia de energia. Aumente o volume do seu pc, abra uma cerveja bem gelada e esqueça tudo.





Ícaro Vieira

terça-feira, 2 de outubro de 2007

In Perfeições

Ele ama a sua unha encravada, ama seu mau hálito matinal.
Morre de felicidade em apreciar todos os seus defeitos, sua falta
de sono, sua falta de paciência, seu tom alterado de falar.
Gosta de se relacionar com pessoas humanas, pessoas que
admitem seus erros, seus defeitos, suas imperfeições. Que não se
assustam com a deformação. Em sua humilde forma de ver a vida,
a busca pela beleza a qualquer custo é uma desgraça surreal que
atormenta e destrói a naturalidade das coisas. Cabelos crespos
sendo alisados, cabelos lisos se transformam em caracóis, lentes
azuis para olhos negros, bronzeamento artificial para pele branca,
seios de silicone, tira aqui, coloca ali. Quem disse que a mutação
não existe? Oficina da beleza em cada esquina e quem você
conhecia ontem não é a mesma amanhã. Não porque ela
amadureceu, não porque ela aprendeu com o tempo, mas porque
foi transformada a força, entrou numa forma e virou outra.
Ele adorava os seus peitos pequenos, sua boca carnuda, seu jeito
natural e simples de falar. Seus erros gramaticais, sua inteligência
longe de ser artificial. Parava tudo para vê-la dançar, sem essa de
passinhos ensaiados, ousada e despretensiosa. Ela é diferente,
ela era ela mesma, nada de clichês. Escuta Kings of Leon, enquanto
todos rebolavam a bunda ao som do Latino, toca violão e ama
acampar. Ela gosta de curtir a vida e não liga a mínima para o que os
outros vão dizer.
Vocês podem estar pensando que ela não tem vaidade. Ela tem sim,
mas não essa doença que a gente vê por ai, escravas da beleza. Se
arruma para sair com as amigas, escova os dentes, perfumada das
pontas do cabelo até a unha do pé, corpo escultural (nada é
modificado), ela sabe ser ela mesma e não sofre por não ter os olhos
azuis e peitos de borracha. E sabe de uma coisa, ele adora o seu
jeito, cheio de imperfeições, exatamente como a nossa vida é.
Imperfeições fazem parte de tudo, mas queremos modificar a
realidade e criar um padrão estereotipado da perfeição.
Eles dormiram juntos mais uma vez e ele como sempre, rezou para
a noite passar rápido, só para ver os seus olhinhos inchados, sua
voz rouca e sentir o seu mau hálito matinal.
Ele adora imperfeições.



Ícaro Vieira

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Liberdade Ltda

Começo esse texto com uma pergunta simples, mas instigante. Gostaria que você fizesse uma profunda reflexão e respondesse com toda sinceridade. Você realmente tem liberdade de escolha, de opinião, liberdade para traçar e escolher o rumo de sua vida ou você é mais um fruto do sistema?
A grande maioria responderá instintivamente que tem liberdade, que é livre, que escolhe e faz aquilo que bem entende, mas a verdade é camuflada, feita para lhe enganar, passeando sorrateiramente no seu subconsciente e dominando as suas ações. Você não escolhe aquilo que quer, escolhe aquilo que o sistema quer que você queira. Complexo? Vou tentar lhe explicar melhor.
O início é bem antes do seu nascimento. Você precisa contar com a sorte, seus futuros pais precisam ter amor um pelo outro e dessa fusão gerar um fruto que represente concretamente essa união, no caso você. Se por algum motivo você é filho de mãe solteira, o preconceito já começará a assombrar o seu longo caminho, as pessoas irão comentar, sua vida será dura, seus colegas de aula levarão lindos trabalhos para o papai e você sentirá a falta dele, irá chorar desesperadamente e não alimentará a economia do país com a compra de um lindo presente para o Dia dos Pais. Mas isso não é o mais importante, você precisa rezar muito, não para ter pais que se amam e sim pais que tenham grana (até rimou, estou ficando especialista nisso). Você precisa nascer em um hospital moderno, ter um ótimo convênio médico, enfermeiras a sua volta, mamadeira importada, carrinho de bebê da moda, estudar em uma escola particular que garanta a sua vaga na faculdade e mais um monte de coisas que irão fazer o seu círculo de amigos lhe aceitarem. Para a grande maioria a felicidade está escondida em notas de dinheiro, em produtos das melhores marcas, na aceitação perante a sociedade. O capitalismo faz um cerco a sua pseudo-liberdade e você irá escolher aquilo que lhe possa dar mais status.
Quando você entra todo de branco em uma loja para fazer uma compra, pode ter certeza que as probabilidades de você ser muito bem atendido ultrapassarão os 90%, sabe qual o motivo? Os atendentes logo irão imaginar que você é um médico com muitos reais para gastar, eles nunca pensarão que você é um Pai de Santo ou Enfermeiro (“profissões” menos valorizadas). Mas se você está de terno e gravata, remete à primeira instância a um Advogado bem sucedido, Promotor ou Juiz.
Vamos ao que interessa, se você está prestes a fazer um vestibular e se por algum motivo você quer escolher o curso de Letras, Publicidade, Educação Física e tantos outros subjulgados, esteja preparado para as mais variadas reações. Seus pais, avós, vizinhos e amigos irão torcer o nariz (salvo exceções). Tanta profissão para você ficar rico e você foi escolher logo essa? P*** M****. Pense bem ao escolher o fim para o seu futuro, dinheiro ou felicidade? Se puder conciliar os dois, melhor ainda.
Qual o motivo de escolher um óculos da Okley? Será que ele realmente é melhor do que os outros ou é status? Você teria coragem de chegar em uma festa de 15 anos dentro de um fusca alaranjado? Claro que você prefere um Honda Civic, Vectra, Corolla... Status, palavrinha mágica e ordinária, fortificada pela mídia. Você não escolhe aquilo que quer, você escolhe aquilo que o sistema diz que é o melhor. Quem não quer ser aceito, ser o líder, chegar em uma roda de mulheres ou homens e ser desejado, ser espelho para os outros? Será que você está satisfeito dentro desse terno italiano ou preferiria estar de bermuda e chinelo dentro do seu quiosque na beira de uma praia? Mas isso não rende dinheiro, muito menos respeito. Sua profissão condiz com aquilo que você sempre sonhou ou vai em consideração ao desejo dos seus familiares? Largar o curso de medicina e ser Gourmet? Você pirou né, cozinheiro não tem gabarito, ficar com cheiro de gordura e ganhar pouco?
Porque usar um tênis da Nike e não um que tenha as mesmas características, mas com um preço inferior? Essas perguntas irão martelar em sua mente, mas pode ter certeza que não mudarão as suas atitudes, você continuará a ser o mesmo, fruto do meio. Mas isso não é sua culpa, todos são iguais, ingleses, indianos, portugueses, belgas. Uns mais, outros menos, mas todos somos iguais.
Eu quero ter sucesso, dinheiro, aceitação, status, conforto, tranqüilidade, respeito, quero carros do ano, imóveis a perder de vista, mulheres. Quero tudo e muito mais, quero jantar nos melhores restaurantes, usar as melhores roupas, quero transar com as mulheres mais lindas, quero que você me veja e tenha inveja, que me veja e me deseje. Quero sempre mais que eu possa ter. Será que a felicidade se resume a isso? Cá para nós, se for, que pobreza de espírito.
Alienígena é aquele que vai na contramão, que faz aquilo que quer sem se preocupar com a opinião dos outros, que usa um chinelo velho desconhecido, que compra livros e não roupas caras, que vê a felicidade em cada simples detalhe, no acordar e ver o sol nascer, em um sorriso, em uma palavra carinhosa de bom dia, na simplicidade.
Difícil sobreviver e seguir a suas verdadeiras vontades, no decorrer do seu caminho, elas serão modificadas, moldadas, refeitas pelo sistema . Aquilo que era legal e prazeroso para você, talvez não será mais, não porque você queira, mas pela mídia que através da persuasão instigante levará seus pensamentos para outros lados, fazendo você pensar e desejar as mesmas coisas que todo mundo.
Status, o ser humano sempre precisou disso para viver. Quem não quer? Olhe a sua volta e me responda.



Ícaro Vieira

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Buena Vista Social Club

Depois de algumas semanas sem postar uma dica musical, vou me redimir desse erro gravíssimo com uma das maiores bandas de Cuba.
Nascido na década de 40, o Buena Vista Social Club
era um clube de dança e atividades musicais de Havana, local onde os músicos se encontravam e tocavam, entre eles Manuel "Puntillita" Licea, Compay Segundo, Rubén González, Ibrahim Ferre, Pío Leyva, Anga Díaz.
As canções e o ritmo envolvente fazem renascer em nossa memória toda alegria e riqueza que existiam em Cuba, nos bons tempos de Fidel e sua turma. Ao longo dos anos novos membros entraram no grupo, até porque ninguém vive eternamente.
Nos anos 90, aproximadamente 40 anos após o fechamento do clube, o músico cubano Juan de Marcos González e o guitarrista americano Ry Cooder gravaram um disco chamado Buena Vista Social Club com os músicos tradicionais. Essa obra prima da música se transformou também em um maravilhoso e emocionante documentário que foi aclamado pela crítica, sendo indicado ao Oscar na categoria Melhor Documentário e ganhando o prêmio de Melhor documentário no European Film Awards.
Já em 2006 foi lançado Rhythms del Mundo, um álbum com as estrelas do Buena Vista e da música cubana I
brahim Ferre (sua última gravação antes de morrer em 2005) e Omara Portuondo com artistas como U2, Coldplay, Sting, Jack Johnson, Marron 5, Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, Kaiser Chiefs entre outros.


Obs: Se você gostou da dica e quer saber mais sobre esse maravilhoso país, procure também o Filme “Cuba Feliz”.










Ícaro Vieira

domingo, 16 de setembro de 2007

Um mundo louco de idéias


Idéias malucas, delinqüentes, inteligentes, sangrentas, malignas, prazerosas, diferentes, amorosas, fugazes, alucinantes, idiotas, burras, excepcionais, tanto faz, ainda bem que temos idéias.



Ícaro Vieira

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Minha outra metade

Ando meio subalterno e só metade de mim está triste. Estou meio
atordoado, meio pacífico, meio estranho, meio cabisbaixo.
Digamos, meio indignado com a situação atual dos seres humanos
que são metade homem e metade animal, metade bom e metade
canibal, metade corrupto e metade falso. Talvez, se não mudarmos
as nossas atitudes, seremos podres não pela metade, mas por
inteiro. Estamos caminhando para o fim dos tempos.
Não me comovo por completo, não me satisfaço por inteiro e preciso
de alguém que me apóie nas minhas decisões, que me ajude a
escolher o rumo certo e que some à minha outra metade. Preciso de
um Santo, de um Deus, de uma droga, de um amigo, de um
psicólogo, de uma mulher, de um anjo, de um pastor, de uma bola
chamada Wilson, sei lá. Sozinho não somos ninguém, sozinho
enlouquecemos e esquecemos que somos pessoas capazes de ir
muito além.
Sou apenas meio, meio insoso, meio desligado, meio covarde.
Sou completamente pela metade. Ainda não consegui formar uma
opinião concisa e inteira do que está acontecendo, mas acho que
os meios de comunicação, os inteligentes programas de TV e revistas
sensacionalistas, me deixaram assim... meio bobo. As eguinhas
pocotós, as lacraias, os batidões, me lesaram pelo resto da vida e
hoje apresento idéias desconexas, perdidas, procurando contexto e
morrendo pela metade. Não consigo pensar e se escuto uma
musiquinha, logo começo a mexer a bunda, força do hábito no país
de fazedoras de mini-prostitutas (me refiro a apresentadoras de
programas infatins que todos nós conhecemos) que fazem sucesso
na telona e conquistam todo o país.
Mas para que ser completo? Me diz qual a importância de ser
autônomo, de construir a sua própria vida e chegar a suas próprias
conclusões? Nós precisamos deles, estou falando dos nossos
queridos deputados, prefeitos, vereadores, presidentes e por aí vai.
Um é a metade do outro, juntos somos um só. Veja bem, nós
pagamos os impostos e eles recebem, nós trabalhamos dia e noite
e a grande maioria rouba. Não disse? Um completa o outro, mais ou
menos como garfo e faca, arroz e feijão. Alguém tem que trabalhar
para o outro gastar.
Hospitais pela metade, professores com formação a desejar, pontes
não concluídas, estradas semi-prontas ou não feitas, alunos
semi-analfabetos, talvez seja daí o meu sentimento meio
inconformado, insatisfeito e alterado. Mas tudo isso passa, é só ligar
a TV e assistir um bom jogo de futebol, ou quem sabe uma dupla
sertaneja cantando de graça na praça da cidade. As nossas angústias
somem e reverenciamos a nossa falta de memória, o abandono das
autoridades, a morte de milhares de miseráveis, os tiroteios, a falta de
cultura e por incrível quepareça em pleno século XXI, a falta de
informação.
Em um país onde só existem meias verdades, onde apenas metade
da história é contada, onde você precisa se dividir em dois para
sobreviver, onde uma pequena parcela é beneficiada, onde as leis
só servem para os mais fracos, me diz para que eu quero ser
inteiro? Se tudo é pela metade, eu preciso ser completo?
Que mania de ser diferente, alienígena, mutante. Onde já se viu ser
inteiro, perfeito, não desviar dinheiro, não trapacear, não matar por
ganância. Que mundo é esse? Estou tendo alucinações e imaginando
um mundo novo, surreal e estranho.
Só para celebrar essa nossa
competência em fazer tudo pela metade e por sinal fazemos isso
muito bem, gostaria que você olhasse ao seu redor. Veja milhões de
reais investidos em obras que não chegaram a lugar algum, processos
penais parados, leis abandonadas e tantos outras coisas largadas
pelo meio que não dá para listar.
Então para comemorar, não vou ser diferente dos demais, vou deixar
o meu texto sem conclusão, apenas pela metad



Ícaro Vieira

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

No olho do furacão

O vento forte sopra do sul para o norte e tenta me dizer que dias
difíceis virão. O que era certo, agora é duvidoso e o que era duvidoso,
eu já não sei mais. A instabilidade é o fator predominante e o vento
assobia feroz em meus ouvidos, dizendo que a vida é cheia de
contratempos.
As embarcações nunca se encontram seguras em um mar meticuloso
e traiçoeiro, difícil é manter-se erguido, conquistar um porto seguro
para deixar a tempestade passar e seguir em frente. Impossível ficar
indiferente a tudo que está acontecendo, medo, tensão, alívio,
saudade, prazer, tudo se mistura em um vendaval e carrega as
esperanças para o olho do furacão. Mas dizem que tudo que é
conturbado o final é sempre muito bom e vou acreditando nisso,
sendo levado pela força do vento para descobrir um novo mundo,
imenso de oportunidades para depois colher tudo aquilo que plantei.
Dizem que estou apenas começando e ainda irei conquistar todos
os meus sonhos diante de uma brisa suave que irá refrescar meus
pensamentos eloqüentes e confusos. Nós queremos o marasmo,
estabilidade, segurança, mas diante da fúria dos tempos é impossível
permanecer por muito tempo em um lugar tranqüilo. Por isso vou
aprendendo a dominar os meus anseios, acreditando que sou capaz
de ir além do que se vê.
Logo estarei de volta, em alguns momentos sendo vencedor e
derrotado, conquistador e conquistado, mas seguirei meu caminho de
cabeça erguida defendendo o que sempre acreditei.


Obs: Aguardem, novos textos virão... Vou esperar do seu
lado a tempestade passar, vou esperar do seu lado,
porque eu só posso esperar...


Ícaro Vieira

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Molotov

Sexta-feira anuncia a chegada de mais um fim de semana regado com muita cerveja para uns e água mineral para outros, futebol para muitos e balé para milhares. Pouco importa a sua opção sexual ou mesmo se a sua religião permite o uso de álcool, fim de semana representa nada de esforço físico ou mental. E é exatamente por isso, que a minha alegria e humor aumentam consideravelmente, digamos... excessivamente. E para tentar tornar o seu um pouco melhor, venho lhe apresentar mais uma dica musical.
Nascida no México em 1995, a banda Molotov é uma mistura explosiva de rock e hip hop. Seus poemas líricos são caracterizados por uma mistura de espanhol e inglês, mixado e cantado por todos membros do grupo. Muitas canções, tal como "Gimme Tha Power" e "Frijolero", são inspiradas na política, com temas como a imigração de mexicanos para os Estados Unidos.
Por vezes foram comparados com a banda americana
Rage Against the Machine, mas particularmente, prefiro o som desses mexicanos. Tem mais ritmo, baladas envolventes e uma energia fora do comum, além da musicalidade de nível superior.
Confira o maravilhoso vídeo clipe de “Frijolero” e em seguida o coquetel de energia da canção ao vivo “Puto”. Espero que goste e tenha um excelente final de semana.








Ícaro Vieira

Gay ou homem?


Para provar que o mundo anda cada vez mais estranho, está aí uma chamada interessante. Se ele é gay, ele também pode ser homem? Não entendi nada.
Essa Globo, uff... cada vez mais engraçada e divertida.



Ícaro Vieira


quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Compra-se um coração

Cansado de viver sozinho em um mundo frio e cinza, ele queria
comprar um novo coração.
Um coração que fosse amigo, jovem, grandioso, bondoso, sem

maldades e que principalmente lhe fizesse companhia.
Pesquisou na internet as possibilidades sobre o assunto, pediu

a opinião de vários médicos e escutou a mesma resposta, que
ele era louco. Isso era impossível de acontecer, afirmavam os
doutores. Mas ele não ligou para o que todo mundo disse e
começou a sua saga, ir atrás de um coração. Seu sonho era
comprar e transformar o coraçãozinho em um animal de estimação,
dócil e obediente, uma vez que ele não tinha amigos, era desprezado,
solitário e triste. Precisava de algo inovador que fizesse a sua vida
feliz, atraindo assim a atenção de novas pessoas que poderiam se
tornar os seus novos amigos. Amigos do peito, igual o coração.
Juntou todo dinheiro do mundo, trabalhou afinco, lutou todos os dias.

Dizem que arrumou 3 empregos diferentes só para arrecadar a
quantia necessária e adquirir o seu tão esperado coração.
Um belo dia recebeu uma ligação clandestina e descobriu que no

interior do EUA havia o que ele tanto queria. Sem pestanejar pegou o
primeiro avião e partiu em direção ao país. Segundo as más línguas
o preço era alto, mas ele não estava nem ai, tinha acumulado uma
grande quantidade de dinheiro e estava disposto a pagar qualquer
preço. Depois de muitas horas de viagem, achou o lugar certo e se
emocionou ao ver o coraçãozinho órfão tão sozinho dentro de um
vidro. Estava frio e ele queria aquecê-lo o mais rápido possível.
Perguntou qual era o valor e pagou sem reclamar. Logo em seguida
envolveu o vidro em uma manta e retornou ao seu país, a alegria
reinou em seus lábios e seus olhos brilhavam como dois vaga-lumes
em um ato de amor. Tudo que ele tanto queria, finalmente aconteceu
e foi considerado o homem mais feliz do mundo.
O novo coração era maldoso, individualista e capitalista, mas o seu

dono não sabia. Estava com ele apenas por dinheiro, pois sabia que
tinha juntado um alto valor em dinheiro e queria desfrutar os prazeres
proporcionados pelas cifras do seu dono.
Um coração frio e calculista era tudo que ele não queria, mas

aconteceu. Usurpou todo o seu suado dinheiro, estava em todas as
festas por sua conta, bebia e comia o que tinha de melhor, andava
de carro novo, viajava para os lugares mais exóticos, vivia como um
rei. Mas como tudo na vida um dia acaba, as porções de dinheiro do
seu dono foram minguando até chegar a estaca zero. O coração não
esperou e partir em busca de um novo otário, não queria trabalhar e
dividir a tristeza. Queria apenas momentos de alegria e glória, nada
de dificuldades, era um coração capitalista.
O homem chorou dias e noites, parou de comer, pensou em suicídio,

mas continuou a seguir sua vida. Foi um golpe pelas costas e fez o
seu sonho virar um grande pesadelo.
Enquanto era rico ele o acompanhou, agora sumiu sem ter dó nem
piedade. Mas os seus verdadeiros órgãos (amigos) não se abalaram
com o fato e mais que depressa se juntaram para reerguer a vida de
quem eles sempre gostaram, mesmo sendo deixados de lado,
esquecidos. Não fizeram isso por dinheiro, mas sim por amor. Amor
que não se mede, amor que não se compra, amor puro e simples.
Amor sincero como se deve ser.


Ícaro Vieira

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Veja o mundo com outros olhos

Leia novos livros, escute novas canções, ande por novos caminhos, desvende novos mistérios, ame novos amores, sinta novas sensações, simplesmente descubra o novo.
As novas experiências irão formar o seu futuro e mostrar um mundo diferente que existe lá fora.
Você não precisa concordar com tudo que foi dito, escrito, gritado, falado, cantado... mas pode descobrir opiniões distintas e ver que tudo na vida tem mais de um lado.


Ícaro Vieira

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Mago de Oz

Todos que me conhecem, sabem muito bem que sou apaixonado pelo rock britânico e americano, mas como é preciso respirar e caminhar por novos horizontes para conhecer o novo e ter novas opiniões, resolvi dar uma dica musical diferente.

Música é uma mágica. Mágica de encantar os ouvidos, de sentir vibrações distintas, de anestesiar a alma, de arrepiar os pêlos do corpo e tantas outras sensações indescritíveis.
Inspirado no título do conto infantil
O Mágico de Oz, do autor estado-unidense L. Frank Baum, a banda “O Mago de Oz” nasceu na Espanha em meados de 1989.
O grupo já sofreu inúmeras modificações em sua formação, mas a essência continua a mesma, enfeitiçar o público com um som diferente. Muitos especialistas nomeiam o som de Folk Metal, mas prefiro não dar nome aos bois, uma vez que o grupo mistura uma infinidade de ritmos e instrumentos como gaita, flauta, percussão, guitarra, violino e outros.
Uma mistura lisérgica de música, teatro, literatura, contos, surrealismo. É difícil explicar o que eles fazem no palco e o que eles exatamente tocam, mas posso afirmar que é simplesmente maravilhoso e alucinador.
Confira os dois vídeos abaixo e deixe sua opinião.








Ícaro Vieira

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Sinceramente, eu não quero ser tão sincero assim.

Há algum tempo já venho notando certa repulsão que as pessoas
têm ao se deparar com um indivíduo sincero. Afastam-se, excluem,
consideram o indivíduo portador de alguma deficiência contagiosa,
talvez um louco varrido. A verdade é que a sinceridade nos dias de
hoje é um ótimo repelente. Temos medo da verdade nua e crua. Ela
corta, rasga, fere, atravessa a carne podre e não cicatriza. Diz tudo
aquilo que não queremos ouvir, expõe em excesso o nosso lado
negativo. Fragiliza-nos.
Meus amigos, me pergunto todos os dias para que tanto medo. Não
sabemos escutar as críticas? Ou será que a verdade vem para nos
desmoralizar? Humilhar?
Talvez seja por buscarmos a perfeição, por acharmos que não temos
defeitos, por acharmos que é uma afronta ou simplesmente por
pensarmos que este cidadão (sincero até demais) está querendo
tirar sarro da nossa cara, apenas apontar os nossos defeitos e nos
diminuir. Em momentos como esse, os nossos instintos primitivos
continuam em plena atividade e partir para um contato físico parece
ser a opção mais fácil para calar a diarréia mental que é expressada
em altos decibéis pela boca do infeliz homem sincero.
Agredir? Isso é assustador. Com toda sinceridade, se você “pensa”
assim, eu prefiro aos animais a você. São mais evoluídos.
Desde cedo aprendi a falar a verdade. Mentira? Jamais. Mas acho
que levei ao pé da letra e hoje sou sincero ao extremo e defender
essa bandeira dá muita dor de cabeça. Responsabilidade difícil mas
gratificante. Se não gosto, falo. Se está ridículo, falo. Se foi merecido,
alo. Se foi trapaça, também falo. A maioria não gosta desse meu
jeito, dizem que não é ético, que sou agressivo, petulante. Não estou
nem ai para o que falam, dizer o que você pensa é uma qualidade.
É preciso força e coragem para expressar os seus sentimentos e
parar para escutar é ainda melhor, inteligente. Existe um velho ditado
que diz mais ou menos assim: Temos dois ouvidos para escutarmos
mais e apenas uma boca, exatamente para falarmos menos. Por isso
acho necessário dizer aquilo que você pensa e principalmente saber
escutar as críticas. É difícil no começo, mas com o tempo você pega
a prática. Eu falo mais que escuto, mas o tempo está me moldando,
lapidando minha insanidade mental e já aprendi muito. Pode acreditar.
Já perdi amigos por este meu jeito. Mas se eles não me aceitaram
assim, acredito que não eram meus amigos e do fundo da minha
honestidade, não sinto a menor falta. É claro que tudo tem um limite e
estou conhecendo o meu e dos outros. Você não pode sair por aí
igual uma metralhadora, cuspindo verdades para todo lado.
Infelizmente você precisa ser político. Êita palavrinha safada. A vida
meu caro, é um jogo e aprender administrar a partida é um fator
importante para obter as vitórias ou seguir adiante sem um arranhão,
dente quebrado, nariz esfolado. Mas nem por isso deixem de ser
sinceros, você pode agir com sinceridade sem ser agressivo,
arrogante. O principal é assumir as responsabilidades sobre tudo
aquilo que você faz e diz. Não se preocupe, a vida vai lhe ensinar.
Noites em claro, grandes momentos de reflexão sobre o texto
descrito, pensamentos a mil...
Sabe de uma coisa? Eu não quero mais ser tão sincero assim. Não
quero ser visto como falastrão, louco, diferente.
Os pensamentos voltam a me incomodar...
Que bobagem. Ao mesmo tempo em que existem pessoas que me
odeiam, existem grandes amigos que estão ao meu lado e me
admiram por eu ser assim. Honesto. Sem contrariar os meus
princípios. É... Prefiro conquistar 3 amigos fiéis a ter 1000 falsos
amigos. Aqueles que você sabe como agradar, dizendo palavras
que eles sempre gostam de escutar. A verdade é que, expressar a
sinceridade e saber interpretá-la só faz bem para o cidadão. É o
momento oportuno para corrigir os erros, aprender, amadurecer,
modificar ou simplesmente refletir sobre o assunto e tirar suas
próprias conclusões.
Meu amigo, o mundo está de cabeça para baixo porque aprendemos
a mentir. Para fazer o outro feliz é melhor omitir, ser falso. Ninguém
diz a verdade, tudo está ótimo. Vou te falar, se um dia você me
conhecer, não minta, por favor.
Até pensei em mudar minhas atitudes, mas não quero ser igual a essa
corja que está solta por aí e muito menos ser conivente com essa
farsa. Dizer que está tudo bem, quando na verdade estamos
atravessando a escuridão. Defenda as suas idéias, você pode até ser
um pouco político, caso o seu emprego esteja em risco ou o seu
negócio esteja por um fio, mas não seja pirata.
Deite com a consciência limpa e durma um sono tranqüilo. A mentira
não vai lhe assombrar.


Ícaro Vieira

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Uma notícia que mudará a sua vida


Homem puxa van por 110 metros com as costas

Hannibal Helmurto tem dois ganchos na parte de trás de corpo. Ele entrou para o Guinness, o Livro dos Recordes, por sua incrível façanha.

A cada dia que se passa, me surpreendo mais com a raça humana. Um espetáculo criado por Deus, a mais pura perfeição, sinônimo de inteligência, sensibilidade, destreza e superação. Como não se emocionar com uma notícia dessas? O que posso dizer?
A mãe desse cidadão sofre nove meses com ele no ventre, passa necessidades, faz o maior esforço para estudá-lo e o que ele vira?
Um panaca.

Mas um vencedor não se abate com críticas grosseiras e mal intencionadas. Veja bem, se de repente o bichinho da foto resolve largar essa magnífica arte de carregar um carro com os ganchos nas costas, facilmente ele poderá se inscrever em qualquer concurso de feiúra e colher os saborosos frutos da vitória e da fama.

Obs: O filha da mãe, além de estúpido é feio. Que culpa tem a mãe?


Ícaro Vieira

Kings of Leon

Trabalho difícil esse de sugerir um som legal para você ouvir. Mas pode ter certeza que essa é a parte do blog que eu mais gosto. Fico aqui pensando: Será que os blogueiros de plantão irão gostar?
Sei lá qual o seu gosto musical, suas preferências, suas loucuras. Tem gente que gosta de Axe (estou falando de desodorante e não do tal ritmo baiano), outros preferem Rexona sem perfume. Gosto é igual árvore, cada uma em um lugar (acho melhor escrever isso, pois crianças podem ler o palavrão e não quero que o Na Caixola seja censurado pelos pais. Adora as famílias felizes, sem nenhuma discussão).
Mas continuo a pensar: Será que o som é chato? Brega? Emo? Será que só eu gosto, será que é... Ahhhhh, CHEGA! Melhor eu desencanar. Isso pouco importa, afinal, o meu objetivo é lhe mostrar algo diferente e se você não gostar, sinto muito. Como o blog é meu, eu coloco o que eu gosto (egoísta isso né? rsrs). Estou brincando e para descontrair um pouco, ai vai mais uma dica musical.
Kings of Leon. Banda americana oriunda do Tenessee, formada pelos irmãos Caleb Folowill, guitarra e vocal, Jared Followill, baixo, Nathan Followill, bateria e pelo primo deles Matthew Followill, guitarra. Um som diferente, energético, rock e folk, com algumas baladas apaixonantes. A banda já abriu vários shows do U2 nos Estados Unidos e recentemente fez aparições com Eddie Vedder nos vocais. A crítica britânica elogiou o som dos caras e hoje eles estão fazendo sucesso por todo o mundo. Impossível não gostar e virar fã dos Reis de Leon é questão de afagar os ouvidos com no máximo 2 canções. Escute e tire suas próprias conclusões.
Haaaaaa, como o rock é bom.



Ícaro Vieira


sábado, 4 de agosto de 2007

A majestade quer um feudo

Todos estão comentando. Os sussurros ultrapassaram as montanhas
que cercam o divino e calmo vilarejo. A repercussão do novo
acontecimento tirou a morbidez da civilização. A população
encontra-se boquiaberta e ludibriada sem entender os reais motivos.
Pequena por natureza, a vila é composta por humildes camponeses,
vidas pacatas que ganham o pão em imensos campos verdes,
abstidos de guerras, de conflitos, de assassinatos e de grandes
problemas. Um lugar em que as pessoas desconhecem a inveja, a
arrogância, a corrupção, a maldade e a ganância. Apenas as imensas
cordilheiras circundam o vilarejo e protegem os camponeses de todo
mal. As crianças são criadas soltas, livres, brincando entre as matas
e rios que cortam uma terra maravilhosa abençoada por Deus.
Mas um monstruoso empreendimento, inovador, moderno e visionário
criado pela alta cúpula oriunda de outras bandas, já está em plena
ascensão e acabará com a tranqüilidade de todos que moram na
região. O medo e a angústia tomam conta de cada humilde família que
desconhece o futuro e os impactos do novo projeto arquitetônico.
Impossível acreditar, um lugar tão tranqüilo, longe da invasão dos
bárbaros, dos vikings, da confusão do dia-a-dia dos grandes reinos,
da exploração da nobreza, dos impostos da coroa e de tantos outros
problemas vivenciados pelos grandes impérios agora vai receber
uma obra que isolará as duas classes econômicas (camponeses e
falsos nobres), fazendo fomentar os piores sentimentos humanos, até
então desconhecidos pelos nativos daquele lugar. Tudo para
“proteger” as famílias imperiais.
Tornou-se incontrolável a apreensão e é inevitável não comentar a
grande barbaridade que irá repartir o povoado. Os nativos comentam
entre si que os impactos da construção podem ser piores que a peste
negra, talvez a destruição de toda a humanidade. Ela mudará toda
estrutura social do vilarejo, além do estilo de vida que não será mais o
mesmo. Os camponeses farão de tudo para conquistarem um lugar no
requisitado espaço construído, onde nascerá a inveja, a avareza, a
maldade e o ódio que alimentará os corações dos excluídos, daqueles
que não poderão viver dentro da redoma de cimento.
Querem tirar a liberdade deles, querem isolar os que podem dos que
não podem, dos que tem dinheiro dos que não tem. Muro de Berlim,
muro entre a Palestina e Israel, duas Coréias, muro entre Paquistão e
Índia, agora mais um muro aqui. Turistas visitam a vila devido à
liberdade, a não existência de furtos, de neuroses, de concreto, de
fumaça, de indústrias entre outros sentimentos e invenções presentes
nos reinos metropolitanos. Lá é preciso viver atrás das grades, na vila
não. Os camponeses podem entrar nas casas dos vizinhos sem bater
nas portas, o quintal de um é o quintal do outro, pequenos barracos
que traduzem o espírito de união e irmandade, agora serão separados
por uma cerca de concreto. Um feudo particular.
Os comentários são demasiados e dizem que tudo isso é obra da
burguesia que quer a todo custo virar nobreza e deseja tomar o
vilarejo, expulsando assim, os camponeses para cercar uma vasta
porção de terra com altos muros impedindo uma manifestação em
massa e uma possível invasão. Outros dizem que é por pura vaidade.
Opiniões diversas murmuram por cada canto e fazem nascer teorias
sobre o surgimento de um antigo sistema que dominou a Europa há
muitos séculos atrás e agora será ressuscitado.
O clero e a nobreza aprovam com afeição o projeto, convincentes de
que está mais do que na hora de “modernizar” o vilarejo. “O futuro
caminha com passos largos e será uma graça divina ter algo
grandioso, forte, magistral e imponente. Precisamos de proteção” -
diz um membro do clero. E completa dizendo que nas metrópoles
esse sistema é muito usado, um luxo para quem deseja ter
privacidade e segurança.
A majestade quer um feudo. Querem as atenções para eles, querem
grandes muros e soldados a escolta, carruagens blindadas. Falsos
nobres, burgueses que saíram de baixo e querem viver por cima,
comendo frango e divertindo-se com os bobos da corte.
Querem isolar o lado pobre do lado da riqueza. Estão com medo das
invasões dos bárbaros? Alguns chamam de condomínio fechado,
mas você há de concordar que isso é um feudo. Proteção própria,
linguajar próprio, praça de lazer própria, amigos próprios e um rei
para comandar. Você tem outro nome para isso? F-E-U-D-O.
Querem trazer a paranóia das capitais para cá, querem copiar algo
que é uma vergonha para o país. Se o governo não lhes dão proteção,
temos que pagar uma particular. Querem criar novos problemas,
fazer o sossego da vila entrar em um tremendo inferno astral. Atrair a
criminalidade, os olhares dos marginais que tentarão descobrir a
qualquer custo o que existe por trás dos muros.
É chique morar em um feudo. Proteção, status, gabarito...
O que posso dizer?
A burguesia fede, mas tem dinheiro para comprar perfume.



Ícaro Vieira

terça-feira, 31 de julho de 2007

O mundo anda démodé

Como eu gostaria de escrever um texto somente sobre amor, sobre
sentimentos bons, sobre a força dos pensamentos positivos, algo que
fosse de encontro ao lado do bem. Que caminhasse na contra mão
da maldade e fizesse o mundo refletir e se banhar de um amor puro e
simples. Queria escrever algo que fosse capaz de nos transportar até
a felicidade, que fosse capaz de acalmar a alma, algo que fosse
similar ao aconchego do colo de mãe.
É extremamente difícil concentrar as energias do bem e escrever

coisas desse tipo nos dias de hoje. Em meio a tanta confusão e
transtorno, a desilusão toma conta de nós. Tudo está ao contrário, o
céu azul se encheu de cinza, o verde das matas se transformou em
grandes pilastras de concreto armado, a lua da lugar aos aviões e as
estrelas se escondem envergonhadas por tanta barbaridade.
Gostaria de esquecer por um instante o que me deixa meio amargo,

amedrontado, inseguro, que me faz deixar de lado o lado humano e
extravasa pelos poros todo o egoísmo que existe dentro de mim.
Precisamos de palavras que trasbordem a felicidade em cada olhar,

fraternidade em cada ação, algo que inconscientemente varresse a
intolerância fazendo uma enxurrada de amor inundar o planeta.
Submergir e afogar a maldade, a estupidez, a inveja, a hipocrisia e
tantos outros sentimentos que corroem o melhor de todos nós.
Concentrar as emoções em uma só causa, sentir a paz entrar
demasiadamente e anestesiar toda dor, cicatrizando a ferida.
Florescer nossos jardins, iluminar o céu com um sol intenso, chuva
ao fim do dia, arco-íris cruzando as montanhas verdes que cortam os
vales infindos. Quero ver nuvens brancas escrevendo um futuro bom
em cada canto do nosso imenso teto azul.
Precisamos acordar e dar bom dia a todos que cruzam os nossos

caminhos, colher frutas no quintal de casa e saborear o doce da vida.
Cantarolar uma bela canção que fizesse o nosso dia melhor.
Simplesmente sorrir.
Quando foi que deixamos de acreditar em nossos sonhos? Quando

foi que você parou de correr atrás dos seus planos? Quando foi a
última vez que você disse tchau, te amo, boa noite? Você se calou
em meio ao estorno e nem percebeu, modificou-se e ainda não
entendeu o que aconteceu.
Não deixe passar o tempo sem sentir o que ele faz. As melhores
sensações estão no passar da vida, no amadurecimento, nas
conquistas dos cabelos brancos e das rugas. A felicidade depende
de suas escolhas. Queria que a realidade que nos envolve fosse
uma tremenda ilusão, gostaria que o mundo fosse um livro em
branco e que pudéssemos reescrever a nossa história. Drenar tudo
que choramos nesses últimos anos para regar a esperança.
Você já sorriu hoje? Um sorriso aberto, sincero? Quem sabe uma

gargalhada? Sorrir é bom, experimente. Pule, cante, dance, beije,
corra, diga EU TE AMO. Démodé é humilhar, ignorar, fingir, mentir,
corromper, trapacear. Démodé é não olhar nos olhos e falar eu gosto
de você. Esqueçam as brigas entre religiões, Orixás, Oxalás, santos,
partidos políticos, torcidas desorganizadas, trânsito, guerras...
Respire fundo, deixe as palpitações baixarem, concentre-se.
Como eu gostaria de escrever apenas textos sobre os diversos tipos

de amor, de alegrias, de felicidades. Com tanta luxúria, podridão,
insensatez e maldade que destroem o nosso mundo é impossível
virar as costas e se calar diante ao caos urbano. Mas aproveito os
meus dias de paz para levar até você algo que lhe possa fazer bem.
Palavras... Elas podem mudar nossas vidas, mudar nossas atitudes.
Palavras de AMOR, esse é o sentimento que precisamos. Amar sem

desejar nada em troca. Pense nisso.
Depois de ler esse texto (desculpe se ocupei o seu tempo com

palavras que estão fora de contexto, ultrapassadas, mórbidas) não
sei como você está, mas posso lhe garantir que estou me sentindo
melhor por escrevê-lo e por alguns minutos esqueci tudo aquilo que
me faz mal. Pensamentos positivos, eles podem transformar o mundo.
Experimente.




Ícaro Vieira