Eu não gosto de samba enredo, eu não gosto dos G.R.E.S, eu não gosto da multidão se apertando, eu não gosto de axé e funk. Eu odeio cerveja quente, ter que urinar em qualquer lugar. Odeio gente tonta enchendo o saco, odeio briga e aquela espuminha que toda criança adora jogar. Não suporto o cheiro de lança-perfume e de serpentina. Não tolero pegar fila para pagar o sanduíche frio que comi, odeio o odor de urina que exala das calçadas, do trânsito irritante e do caos que a cidade fica neste período. Odeio quando falta água, quando a luz acaba e não agüento quando o supermercado está abarrotado de turistas folgados.
Apesar disso tudo eu adoro o carnaval. Contraditório? Muito.
Não é a festa que eu gosto e sim a ocasião. Esta é a única época que encontro com todos os meus amigos, familiares, gente que não vejo há muito tempo. Tento minimizar esses problemas que citei acima fazendo um churrasco em casa na parte da manhã, escutando um som de qualidade e tomando uma cervejinha bem gelada. Quando é hora de ir para a rua, eu junto a galera e levamos a nossa própria bebida, que por sinal sempre está estupidamente gelada. É dessa forma que vamos para a guerra, a fim de enfrentar todos os problemas e ter 5 dias de diversão. Eu trabalho o ano inteiro e nem adianta nego ficar falando que é alienação. Eu mereço. E já que é uma verdadeira batalha agüentar tanta confusão, eu montei o meu Quartel Alcoólatra Brasileiro, que este ano estará com 39 combatentes. É tanta festa que esses problemas serão contornados naturalmente mais uma vez. Apesar disso tudo, eu odeio a confusão do carnaval. Contraditório? Eu sou assim.
Obs: Esse post não é apologia ao uso de bebidas alcoólicas. É só uma brincadeira, pois no carnaval nossa turma gosta de sair e beber uma gelada. Ninguém passa dos limites, não arruma confusão e tem um detalhe importante. Todos vão para casa a pé.
Álcool e direção. Isso não dá samba.
Se beber, não dirija.
Ícaro Vieira