Não precisa me
conhecer pessoalmente para saber que sou um ser apaixonado por música. Até quem
visita o no “Na Caixola” raramente, já percebeu de alguma maneira que as
guitarras e melodias fazem parte da minha vida. Sempre estou cantarolando uma canção,
batucando em algum móvel, procurando novas bandas para me satisfazer, etc e
tal. Nasci escutando música, tudo começou mais precisamente no ventre de minha
amada progenitora. Ali havia o líquido amniótico e lhe confesso, que barulhinho
bom, uma incrível cabine acústica. Um belo sonífero, calmante como um forte
suco natural de maracujá ou uma melodia do Coldplay.
Brincadeiras a
parte, a essência da minha vida está na música. Porém, nunca gostei apenas de
escutar uma maravilhosa canção. Desde muito cedo, eu fazia performances
extravagantes em frente ao espelho ou na enorme câmera de filmar do meu pai.
Ele adorava registrar o pequeno astro do rock fazendo caras e bocas, segurando
uma guitarra de brinquedo e interagindo com a filmadora à altura de Mick Jagger
ou Jimmy Page. Sem nenhum escrúpulo ou timidez.
O tempo passou e
logo no início de minha pré-adolescência, pedi para entrar em uma aula de violão.
Com receio de que fosse apenas um fogo de palha, afinal sempre entrei e saia de
uma aula com a mesma intensidade, meu pai não quis comprar um instrumento para
mim, pegou emprestado. Eu fui gostando cada vez mais e pegando gosto pelo
negócio. Cheguei a mudar de professor, pois o mesmo não conseguia me
acompanhar. Montei uma banda de rock adolescente com os meus amigos, aprendemos
a tocar juntos. Meu pai chegou a montar um estúdio bem estruturado na garagem
de casa, coisa fina, ar condicionado, banheiro e tudo mais. Estranho que minha
juventude foi mais intensa e rock`n roll que a dos dias atuais, tocávamos
canções dos Raimundos, Planet Hemp, Charlie Brown, Titãs, Legião. Hoje está
tudo muito xoxu, brega, ridículo pra falar a verdade, a mulecada quer jogar vídeo
game e escutar Luan Santana. Mas, isso não importa agora, cada um tem o que
merece.
Brigamos muito,
discutimos, divertimos, aprendemos, vivemos. Foram um dos melhores anos da
minha vida, nunca vou esquecer. Rock sem compromisso, apenas a ideia de fazer e
acontecer. Lógico que muita coisa mudou, meus conceitos, virtudes e vícios, mas
o amor pela música permaneceu.
E no início deste
ano, eu e o meu amigo Naísses, companheiro de infância, decidimos fazer uma
“Jam”. Chamamos mais dois amigos, nunca tínhamos tocados com eles antes (João e
Vinícius), e fomos para um lugar maravilhoso, natureza presente, muito verde e
sol ao redor, um ambiente perfeito para tirar um som. Foram umas quatro horas
de muito rock, assistido por familiares e amigos de longa data. A vibração foi
forte, uma sinergia ímpar. A verdade é que não importa se faz rock da melhor
forma, o importante e fazer, criar, correr atrás, ter atitude, vibração, energia.
Rock é isso, nada minimalista, politicamente correto e calculado. A essência
está na atitude. E olha, para nós que nunca tínhamos tocado juntos, fizemos um
som bem legal. Pelo menos eu acho, rsrsrsrsr.
Confira no vídeo
abaixo um pouco da nossa Jam.
Icaro Vieira
Um comentário:
Parabéns pelo texto, adorei e a banda é melhor que a original kkk bjos
Delena
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