Ao tocar o despertador, meus olhos abriram com uma má vontade
de receber o dia, parecia que já desconfiava da péssima notícia que
estava por vir.
Afim de espantar o sono gostoso que dominava meu corpo, tomei
um longo banho. Água quente adrenalizando a minha face e levando
ralo abaixo a preguiça que me assolava. Até o sol não quis aparecer
e a chuva insistia em derramar toda a sua tristeza. Será que ela
também pressentia o que iria acontecer?
Tomei um gole de café amargo e fumei um cigarro para enganar a
fome. A cada trago, eu esquecia dos problemas que me atordoavam
e por um instante me sentia bem, como se o mundo fosse do jeito
que eu sempre quis.
Caminhei até o ponto de ônibus mais próximo de minha casa, já
estava meia hora atraso. Imaginava o sermão do patrão e a pilha de
papel que me esperava em cima da mesa.
Calafrios constantes arrepiavam cada pelo do meu corpo e já
comecei a me preocupar. Nunca fui de sentir premonições, o que
poderia acontecer de tão horrível ou aterrorizante assim?
Cheguei ao meu velho emprego, para ser exato já percorro esse
caminho há 27 anos. Uma vida sentada atrás de uma mesa
carimbando papéis. Mas isso não vem ao caso. Peguei um copo
com água e tomei dois comprimidos de Prozac. Tensão e medo
provocavam os meus instintos a cada segundo daquele dia. O suor
frio escorria do meu rosto escrevendo a aflição com gotas salgadas
em minha testa. Perdi o apetite e nem quis pensar
arrastar à força um pouco do tempo e me distrair por alguns minutos,
abri um famoso portal conhecido em todo o Brasil, de uma famosa
emissora de TV (resolvi escrever isso porque acho muito engraçado
quando as emissoras falam uma das outras em reportagens e não
querem fazer propaganda da concorrência ou temem algum processo.
Até parece que falando assim ninguém sabe de qual emissora
estamos falando). Lendo as notícias do dia, me deparei com algo
horrendo, sórdido, desumano, inexplicável. Logo descobri, fiz alusão ao que me atordoava. Claro que só podia ser isso.
As lágrimas insistiam em jorrar dos meus olhos e só pensava na
desidratação que estava por vir, eu não parava de chorar.
Perguntava-me a todo o momento. Por quê? Por quê? Será que o
destino quis assim?
Depois de dois meses, Íris e Alemão terminam sua história de amor.
Triste realidade que atrapalhará o desenrolar da economia, da
globalização, das relações internacionais. A notícia caiu como uma
bomba em minha vida e não sei se conseguirei ser mais o mesmo.
Desculpem-me, eu não consigo mais escrever, apenas chorar.
O que será do mundo? A única coisa que me resta é torcer para que
seja mais uma balela desses sites de fofoca. Não posso imaginar a
vida do planeta terra sem os dois se amando.
Ícaro Vieira
2 comentários:
Eu estava perdido pela internet, atordoado com aquela falta de alegrias que me acomete nessa cidade de Ubá, quando descubro que "na caixola" pode render uma leitura legal. Pode render uma viagem rumo à zenilidade que tanta falta me faz nestes dias atuais. Descubro mais essa viagem nessa infinta highway cibernética. Desejem me boa viagem, já estou carimbado, rotulado e pronto para viajar.
Porra fi!!! Ficou bom isso aí!!! Tem coisa que não dá não viu. Só pra contrapor a idéia aí, me surpreendi quando resolvi ficar de bobs em casa na sexta e o Globo Repórter tava bom pra caralho!!! Só fiquei pensando que já era sexta 11:30 da noite e o ibope devia estar bem baixo mesmo. Tem coisas que não é pra ser divulgada não, ou melhor coisas boas.
Meus parabéns aí... tá tendo a manha.
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