Em uma noite de pleno inverno, somente o orvalho descansava sobre o telhado. No ápice do frio e da solidão que assolava um pequeno e humilde casebre, o fogo não era capaz de aquecer os corpos entrelaçados e trêmulos que ali habitavam. Apenas uma pequena brasa incandescia uma luz fraca, levemente avermelhada no final da lareira, que tentava mornar a madrugada. Era visível o final do fogaréu que esquentou por algumas horas aquele lugar, mas a fumaça tomava conta do frígido recinto, anunciando o apagar das chamas.
Triste, o fogo sentia-se inútil, fraco, frágil diante de tal situação. Em estado de total depressão, ele sabia que não estava desempenhando o seu papel, exercendo a soberania que já fez temer seres vivos e foi motivo de guerra pela raça humana.
O vento úmido e gelado entrava pela fresta da janela, ameaçando o final absoluto da fogueira. Seu reinado estava ameaçado, entrando em declínio e a morte prematura era eminente. Definhando definitivamente, alguns pedaços de gravetos foram adicionados às brasas brandas, galhos secos e retorcidos, grandes toras que começaram a alimentar e a queimar como Nero fez com Roma. Poderosas labaredas começaram a bailar, cruzando e cortando a noite fria, estalando e musicando o silêncio noturno. O fogo sentia-se viril, soberbo, forte, incontrolável. Ergueu o nariz e começou a esbanjar confiança, dizia para todos que ali estavam, que ele era o maioral, que ninguém era capaz de apagar o seu espetáculo pirotécnico, que os homens se curvavam ao aquecer das suas chamas. Faíscas eram lançadas ao teto, iluminavam a noite vazia e para o fogo, ele era o rei das atenções.
Segundo sua prepotência, ele não precisava dos velhos gravetos, secos e fracos, das toras das árvores que foram mortas e não serviam para mais nada, ele não precisava de ninguém, não precisava de nada para erguer sua força de aquecimento. Exaltado, afirmava que nada era mais importante que o seu calor, que o fervor da sua combustão.
Mas como tudo na vida tem um fim, novamente as madeiras que alimentavam aquele fogaréu foram minguando e o baile de fogo esvaiu. Já era quase de manhã e inconformados com as afirmações ditas há algumas horas atrás, os gravetos resolveram mostrar a sua infinda importância e apagaram aquela chama arrogante.
O fogo revoltou-se, chorou e virou pó. Por não dividir os benefícios do poder, os méritos, o sucesso, as atenções, por achar que o mundo era somente dele, que não precisava de ninguém, a conspiração falou mais alto e emudeceu a soberania instantânea de alguém que precisa dos outros e não reconhece. De alguém que é tão forte e tão fraco, que através de um simples copo de água vai das chamas ao pó.
Ícaro Vieira
Triste, o fogo sentia-se inútil, fraco, frágil diante de tal situação. Em estado de total depressão, ele sabia que não estava desempenhando o seu papel, exercendo a soberania que já fez temer seres vivos e foi motivo de guerra pela raça humana.
O vento úmido e gelado entrava pela fresta da janela, ameaçando o final absoluto da fogueira. Seu reinado estava ameaçado, entrando em declínio e a morte prematura era eminente. Definhando definitivamente, alguns pedaços de gravetos foram adicionados às brasas brandas, galhos secos e retorcidos, grandes toras que começaram a alimentar e a queimar como Nero fez com Roma. Poderosas labaredas começaram a bailar, cruzando e cortando a noite fria, estalando e musicando o silêncio noturno. O fogo sentia-se viril, soberbo, forte, incontrolável. Ergueu o nariz e começou a esbanjar confiança, dizia para todos que ali estavam, que ele era o maioral, que ninguém era capaz de apagar o seu espetáculo pirotécnico, que os homens se curvavam ao aquecer das suas chamas. Faíscas eram lançadas ao teto, iluminavam a noite vazia e para o fogo, ele era o rei das atenções.
Segundo sua prepotência, ele não precisava dos velhos gravetos, secos e fracos, das toras das árvores que foram mortas e não serviam para mais nada, ele não precisava de ninguém, não precisava de nada para erguer sua força de aquecimento. Exaltado, afirmava que nada era mais importante que o seu calor, que o fervor da sua combustão.
Mas como tudo na vida tem um fim, novamente as madeiras que alimentavam aquele fogaréu foram minguando e o baile de fogo esvaiu. Já era quase de manhã e inconformados com as afirmações ditas há algumas horas atrás, os gravetos resolveram mostrar a sua infinda importância e apagaram aquela chama arrogante.
O fogo revoltou-se, chorou e virou pó. Por não dividir os benefícios do poder, os méritos, o sucesso, as atenções, por achar que o mundo era somente dele, que não precisava de ninguém, a conspiração falou mais alto e emudeceu a soberania instantânea de alguém que precisa dos outros e não reconhece. De alguém que é tão forte e tão fraco, que através de um simples copo de água vai das chamas ao pó.
Ícaro Vieira
2 comentários:
Olá,
Estou entrando em contato novamente para tratar da Parceria Comercial mencionada via e-mail em 26/03/08.
Continuamos interessados no site.
Aguardo um retorno para iniciarmos a negociação.
Grata e à disposição,
Fábio Allves
------------------------------
fabio@hotwords.com.br
www.hotwords.com.br
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Phone: 11 3178 2513
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Fábio Allves
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